Estatísticas da criminalidade do segundo trimestre de 2008 no Estado de São Paulo mostram que o risco de morrer em acidentes de trânsito é maior do que o de ser assassinado
O número de homicídios culposos (sem intenção) ultrapassou novamente o de homicídios dolosos (intencionais) no Estado de São Paulo. A informação é da Coordenadoria de Análise e Planejamento (CAP), da Secretaria de Segurança Pública, que divulga, na manhã desta quinta-feira (31), a Estatística da Criminalidade no segundo trimestre de 2008. Neste período, foram registrados 1.295 homicídios culposos contra 1.047 dolosos. É a segunda vez consecutiva que o semestre fecha com o índice dos homicídios culposos na frente, com 2.449 casos, 267 na frente dos homicídios dolosos. No segundo semestre do ano passado, isso já havia ocorrido, quando os homicídios culposos superaram em 349 casos os dolosos.
A taxa de homicídios dolosos no 1º semestre de 2007 foi de 2.509 contra 2.182 no mesmo período deste ano, apontando queda de 327 casos. A taxa dos homicídios culposos é constituída quase que totalmente por acidentes de trânsito. No 2º trimestre deste ano foram, no Estado, 1.222 casos ou 94,3% do índice total. Na prática, a comparação do número de homicídios culposos em relação aos dolosos significa que, hoje, no Estado de São Paulo, é mais arriscado morrer em um acidente do trânsito do que ser assassinado. Inversamente, o índice da capital demonstra que, na cidade, a taxa de homicídios culposos caiu 8,67%, ficando em 379 casos no trimestre.
Desde março de 2007, a Secretaria da Segurança Pública e as polícias realizavam operações Direção Segura para reduzir o número de mortes por acidentes de trânsito. Com a entrada em vigor da nova Lei de Embriaguez ao Volante, que pune a ingestão de álcool por parte dos motoristas, os primeiros resultados começam a aparecer, com a diminuição das mortes e dos acidentados em hospitais.
Entretanto, esta redução ainda não foi sentida nessa estatística fechada em 30 de junho. Isso porque a lei entrou em vigência em 20 de junho, apenas dez dias antes do fechamento do balanço trimestral. Foram 80 dias sem a lei e apenas 10 com ela. A expectativa é que, com a realização sistemática da chamada Operação Direção Segura, as taxa de mortes no trânsito caia e volte a ficar abaixo do número de homicídios dolosos.