A autorização do governo do Estado para que seja lançado o edital de exploração dos pedágio nos trechos Sul e Leste do Rodoanel não agradou aos transportadores de carga.

A expectativa do Palácio dos Bandeirantes é de que a concorrência tenha início ainda neste mês. No Trecho Sul, a cobrança não poderá ser maior do que R$ 6. Na porção Leste, a tarifa máxima será de R$ 4,50.

Para o presidente em exercício do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região), Manoel Sousa Lima Júnior, a cobrança é “absurda”. “Vai encarecer o frete, fatalmente, pois o pedágio será muito caro, ainda que a empresa que vença a licitação consiga diminuir o valor, como pretende o governo do Estado”, afirmou.

Segundo o presidente, a cobrança de tarifa para circular no sistema poderá fazer com que os trechos Sul e Leste sejam desprezados por uma parcela do setor.

“Algumas seguradoras já não aconselham a passagem de caminhões pelo Rodoanel, pois o sistema de rastreamento dos veículos não funciona por falta de sinal”, ponderou.

A equipe do Diário procurou também o Sindicato dos Cegonheiros, mas nenhum representante foi localizado para comentar o anúncio do governo do Estado.

EDITAL – A empresa ou consórcio que vencer a licitação para cobrança dos pedágios será responsável, também, pela construção, no intervalo de até 36 meses, dos 42,4 quilômetros do Trecho Leste. O período de concessão será de 35 anos.

O Trecho Sul do Rodoanel tem 61,4 quilômetros e atravessa São Bernardo, Santo André e Mauá. A via, inaugurada em março, faz a conexão das rodovias Régis Bittencourt, e Anchieta e Imigrantes com a Avenida Papa João XVIII.

O Trecho Leste fará a ligação das rodovias Henrique Eroles, Ayrton Senna e Dutra, passando por Mauá, Ribeirão Pires e outras quatro cidades.