COLEIRA PEITORAL: É a forma correta de transportar seu animal de estimação durante as viagens de carro. Foto: Aderlei de Souza Filho

Motoristas precisam ficar atentos ao transporte de seus pets, inclusive para evitar multas. Afinal, a segurança de todos tem que prevalecer.

Na estrada, todo cuidado é bem-vindo

O Estradas foi ouvir especialistas no assunto para que os apaixonados por animais de estimação possam viajar com mais tranquilidade e dentro das leis de trânsito.

De acordo com a médica veterinária Larissa Campello, os animais devem sempre ser transportados com segurança durante as viagens rodoviárias. Sendo assim, eis algumas dicas importantes para garantir a segurança dos animais e dos ocupantes do veículo:

  • O animal deve estar dentro de uma caixa de transporte;
  • A caixa deve estar presa pelo cinto de segurança
  • Ele também pode usar o cinto de segurança Pet, que fica preso ao peitoral,
  • Dê preferência à parte central do banco traseiro;
  • Não use coleira de pescoço, que oferece risco de enforcamento em caso de frenagens bruscas

Ainda de acordo com Campello, é preciso que o cachorro ou gato esteja confortável e seguro durante todo o trajeto, por isso a guia do cinto deve ser sempre ajustada ao tamanho do animal.

SEGURANÇA, ACIMA DE TUDO! A maneira correta de transportar os animais durante a viagem rodoviária é fundamental para a segurança dos bichinhos e dos ocupantes do veículo. Foto: Kátia Prachthäuser

O que diz a lei?

Garantir a segurança do cão e das pessoas dentro e fora do veículo é o principal objetivo. No entanto, se você não quiser pagar multas e perder pontos na carteira, é importante ficar atento também ao que diz a legislação sobre o transporte de cachorro e outros pets.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não proíbe o transporte de animais em veículos de passeio. Porém, embora não apresente uma lei para transporte de cães, é bastante claro em relação a alguns cuidados que devem ser tomados. Observe três artigos do CTB que tratam do tema:

Art. 252
De acordo com o inciso II, considera-se infração média, com penalidade por multa e perda de pontos na carteira, dirigir o veículo “transportando pessoas, animais ou volumes à sua esquerda, ou entre braços e pernas.”

Sendo assim, o motorista não pode, em hipótese alguma, carregar o animal no colo, segurá-lo pelo braço ou deixá-lo entre as pernas enquanto dirige. Caso não esteja acompanhado dentro do carro, o motorista deverá deixar o bichinho numa caixa de transporte para cães.

Art. 235
Considera-se infração grave, com penalidade por multa, perda de pontos na carteira e retenção de veículo para transbordo, “conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do veículo, salvo quando devidamente autorizado.”

Diante disso, não é permitido levar o cachorro na caçamba de picapes, camionetes etc. Também é proibido deixar o cachorro com a cabeça ou qualquer outra parte do corpo para fora do veículo enquanto o carro estiver em movimento.

Art. 169
Considera-se infração leve com penalidade por multa e perda de pontos na carteira “dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à segurança”.

Quer dizer que o transporte de animais nunca deve atrapalhar ou tirar a atenção do motorista. Por isso, o melhor é deixar o animal preso e em posição segura.

Detrans de São Paulo e Mato Grosso fazem alertas

Para o Departamento de Trânsito do Estado de São Paulo (Detran-SP) há normas para os motoristas em trânsito. Dirigir com o animal de estimação entre os braços ou pernas é uma infração de trânsito. Tem condutores que desconhecem essa lei. Essa prática, além de colocar em risco os animais e ocupantes do veículo, pode render multa para o motorista.

Sendo assim, antes de pegar a estrada, veja algumas dicas:

É importante frisar que muito além da infração de trânsito, os condutores devem ter ciência de que o transporte inadequado de seus animais pode distraí-los, gerar um acidente (sinistro) de trânsito e envolver outros condutores, pedestres e os próprios passageiros que estão nos veículos.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) cita as ações que não podem ser praticadas durante o transporte de animais e que, consequentemente, geram multas.

Conforme já foi mencionado acima, o hábito de levar os animais à esquerda do motorista (perto do vidro, no colo) ou entre seus braços ou pernas é uma infração média, com quatro pontos na habilitação e multa no valor de R$ 130,16 segundo o artigo 252 do CTB.

O transporte de animais também não pode ser feito na parte externa do veículo (no teto ou no capô, por exemplo) como estabelece o artigo 235 do CTB. Trata-se de uma infração grave e o motorista autuado recebe cinco pontos na habilitação e multa no valor de R$ 195,23.

Vale ressaltar que deixar o animal com a cabeça para fora da janela também é infração, pois ela é considerada parte externa do veículo, de acordo com o Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito.

Segundo a médica veterinária Juliana Damiani, os animais podem ser atingidos por galhos de árvores ou até mesmo por outros veículos durante o trajeto. “Nunca mantenha o animal com a cabeça para fora, pois além do risco de acidentes, o vento pode trazer ciscos e fragmentos e provocar problemas oculares nos pets”.

Ainda de acordo com Damiani, para que as viagens sejam mais agradáveis aos bichinhos é preciso tomar alguns cuidados. “Há diversos acessórios no mercado que visam reduzir os riscos e limitar o deslocamento do animal (embora não haja obrigatoriedade de seu uso na legislação de trânsito). É muito importante que o motorista verifique com o veterinário qual é o melhor equipamento, de acordo com porte do animal. No caso dos automóveis, o correto é estar sempre bem preso no banco de trás, em uma caixinha ou cesto”, explica.

Daminani frisa que para os animais de pequeno e médio porte, principalmente os gatos, a caixa de transporte é a mais indicada. Há também a cadeirinha para pet que é presa ao banco do veículo e possibilita que o animal viaje com mais liberdade. Já para os maiores, há o cinto de segurança especial e a grade de segurança, que é colocada entre os bancos traseiro e dianteiro, impedindo o animal de interagir e distrair o motorista.

Muitos animais sentem enjoos em viagens. Dessa forma, evite alimentação pelo menos três horas antes e caso seja necessário, peça ao seu veterinário uma medicação específica para que seu pet não sofra e associe viagens a algo ruim. Se a viagem for mais longa, programe paradas para que seu pet possa fazer suas necessidades. Com alguns cuidados e planejamento correto, uma viagem prazerosa e segura com seu pet é garantida”, finaliza Damiani.

Detran do Mato Grosso

Já o Departamento de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), por meio do setor de Ações Educativas, faz alerta sobre a forma adequada de transportar animais de estimação em veículos. Caso seja levado de forma incorreta, além dos riscos de acidentes, o motorista está sujeito a multa prevista no Código de Trânsito Brasileiro.

Cães e gatos devem estar de peitoral e guia adaptada ou caixas específicas de transporte individuais para fixação ao veículo. Dessa forma, em uma possível frenagem mais brusca, o bichinho não será lançado contra as partes internas do veículo ou até mesmo contra o condutor. É importante o uso de peitoral e não de coleira simples, para evitar estrangulamento ou lesões na cervical do animal.

Moto não pode

NÃO PODE: No Brasil, é proibido o transporte de animais em motocicletas, pois compromete a segurança. Foto: Reprodução

A gerente de Ações Educativas do Detran-MT, Rosane Pölzl, ressaltou a importância e os cuidados de não transportar os animais em motocicletas, mesmo que seja transportado em uma caixa específica para transporte. “Nas motocicletas não há uma possibilidade segura de fixar a caixa de transporte. Com os movimentos do animal também há a possibilidade de afetar o equilíbrio do condutor gerando acidentes”, afirmou.

Vale lembrar que não podem ser transportados soltos, para que não atrapalhem o condutor. Se estiverem soltos e com a cabeça para fora da janela, como com frequência presenciamos, os pets podem cair para fora ou até mesmo pular do veículo em movimento, o que pode ser fatal para o animal e ainda podendo ocasionar acidentes“, disse Rosane.

Em casos da falta do uso de equipamentos de segurança, além da possibilidade do trauma físico, o animal poderá desenvolver medo de andar no veículo. E se não resultar em óbito, o trauma poderá ser estendido a todos os ocupantes do veículo devido ao impacto.

Tamanho do animal

O cuidado e atenção devem estar também na hora de colocar o animal dentro do veículo, lembrando que existe um tamanho adequado de coleira ou guia para cada porte. Independente do porte, a guia adaptada deve ser fixada no cinto do banco traseiro e regulada de modo que limite os movimentos do animal e principalmente o acesso dele ao motorista. Observações como essas podem evitar qualquer tipo de acidente com o bicho de estimação.

A forma de transportá-lo dependerá muito do porte do animal. Um cão de porte grande pode ocupar praticamente todo o espaço do banco traseiro. As caixas de transportes que devem ser adequadas ao tamanho dos animais, devendo ter espaço suficiente para que possam se movimentar dentro delas. Há ainda os assentos especiais, as conhecidas como ‘cadeirinhas’ para transporte de cães e gatos“, disse Pölzl.

FORMA NÃO RECOMENDADA: Cães, como o Barney (foto), de porte grande, podem ocupar praticamente todo o espaço do banco traseiro. Segundo a gerente de Ações Educativas do Detran-MT, Rosane Pölzl, as caixas de transportes devem ser adequadas ao tamanho deles. Neste caso, o Barney está sendo transportado de forma inadequada com a coleira de pescoço. Foto: Aderlei de Souza Filho

Caso precise levar animais pequenos, como hamsters ou pássaros, a recomendação é que sejam transportados dentro de gaiolas, presas com o cinto de segurança e cobertas por um pano fino para diminuir o estresse pelo balanço do carro.

Quando o animal começa a fazer uso dos equipamentos de proteção no trânsito, é normal que ele apresente algum tipo de resistência. “Mas com o tempo e a forma contínua do uso ele irá se acostumar. É importante fazê-lo se sentir à vontade e confortável, mas acima de tudo, seguro. Se desde cedo for acostumado a isso não apresentará resistências futuras”, afirma a gerente.

Por isso, antes de sair de casa é necessário além de checar se o uso do cinto pelo motorista e passageiros estão sendo observados, devemos atentar para medida de segurança com o animal. Os equipamentos de proteção do bicho de estimação podem ser encontrados em petshop, feiras e até na internet. Além disso, o veterinário de confiança pode dar mais detalhes e orientações da forma correta do uso.

Posto da Dutra é uma parada boa para cachorro e demais pets

Viajar é sempre uma satisfação. Ainda mais se você -apaixonada por pets – puder contar com serviços especializados nos ‘bichinhos’, durante a viagem na estrada. Pensando nisso, o Posto Arco-Íris, localizado no km 82 da Via Dutra, em Roseira (SP), pista sentido Rio de Janeiro, incluiu em seu espaço de serviços, uma loja voltada a serviços e produtos para animais de estimação.

A Pet Road Dutra foi inaugurada há pouco meses, na entrada do posto, à direita do estacionamento de carros de passeio, mas já faz sucesso entre os visitantes, principalmente, os que possuem animais.

Na ocasião, o Estradas.com.br, conversou com o proprietário José Rubens Carvalho, e ficou sabendo como surgiu a loja. De um bate-papo despretensioso regado a um cafezinho, entre Rubens e um dos representantes do Posto Arco-Íris, nasceu a ideia de abrir a loja de pet. Assim, em julho deste ano, foi inaugurada a primeira loja Pet Road Dutra, voltado ao ‘pet viajante’.

Segundo Carvalho, o local conta com vários serviços, entre eles:

  • lava-rápido pet
  • padaria pet
  • acessórios (roupas e brinquedos)
  • ração
  • creche pet

A Pet Road Dutra é voltada ao pet que está na estrada para dar apoio. O que mais vende na loja são as caminhas, acessórios, brinquedos e padaria pet. As roupinhas fazem muito sucesso. Temos também a creche que, mesmo em fase inicial, já faz sucesso entre os clientes. Temos um casal que tem fazenda em SP e mora no Rio, e toda semana ele passa aqui e deixa três cachorros na creche. Ele achou a ideia excelente. As pessoas passam aqui e logo pensam em comprar algum brinquedinho para seu animal”, conta Carvalho.

Segundo ele, a loja fica aberta todos os dias, das 8h às 20h, e está sempre à disposição para atender aos clientes que são apaixonados por animais de estimação.

O Pet Road Dutra  do Posto Aro-Íris tem espaço ideal para atender aos clientes pets. Foto: Aderlei de Souza

Super importante

A reportagem aproveitou para bater um papo com uma cliente que estava de passagem. Lilian Cavassine, moradora em Mauá, na região do ABC em São Paulo, estava com seu marido Marcelo Silva e disse que ficou encantada com mais essa opção de parada para cuidar de sua Izzie, uma cadela da raça Shih-Tzu, de 9 anos, quando vai com a família para o sítio de seus sogros no Vale do Paraíba.

Segundo a jovem, esses espaços pets que têm nas estradas e muito importante, porque serve de apoio em viagens. “A gente não para em qualquer lugar sem saber se aceitam ou não a presença de animais. Quando encontramos um local que aceita, é maravilhoso, porque ficamos aliviados. Na minha experiência, é muito importante. Todos se respeitam”, ponderou.

Cavassine diz que a loja Pet Road Dutra é muito bem estruturada e fica ainda mais sossegada por saber que tem mais uma excelente opção de parada em suas viagens para o Vale do Paraíba. “Amei conhecer essa novidade“, disse.

AMOR QUE NÃO SE MEDE: Lilian Cavassine com sua adorável Izzie. “Ela é tudo pra mim”. Foto: Aderlei de Souza

Transporte correto

A respeito da forma de transportar a Izzie, ela disse que não faz da forma correta. “Eu costumo levar a Izzie no colo. Sei que não é certo e não recomendo a ninguém. Estou refletindo sobre isso e estamos providenciando os equipamentos para levá-la de forma mais segura para todos. 

Acho importante ressaltar que espaços como esses proporcionam um certo alívio para os donos de pet, pois saber que nas estradas encontraremos serviços especializados que atendam com carinho e respeito nossos bichinhos, alegra nossos corações e contribui para que nossa viagem seja ainda mais prazerosa, ressaltou.”

Barraca da ARPAA

Outra novidade que está fazendo sucesso na área de lojas de serviços no Posto Arco-Íris e a presença, sempre no terceiro fim de semana do mês, a barraca da Associação Responsável pela Proteção Animal de Aparecida (ARPPA).

Segundo um dos representantes da Associação que estava no local, a ARPAA foi convidada pelo proprietário da Pet Road Dutra para prestar mais um serviço ao cliente da loja: a adoção. A recepção tem sido muito positiva. Na maioria das vezes, há maior oferta de animais de cães de porte médio para serem adotados.

De acordo com m o representante da ARPAA, a adoção segue um trâmite minucioso que visa garantir os direitos tanto para quem vai adotar como para os animais adotados.

PARCERIA: Todo terceiro fim de semana, a ARPAA está presente em frente à loja Pet Road Dutra. Foto Aderlei de Souza