A conclusão do laudo da reconstituição do acidente que aconteceu no dia 23 de maio, entre os municípios de Sousa e Uiraúna, no Alto Sertão do Estado, aponta que a ultrapassagem feita pelo motorista do ônibus da Prefeitura de Vieirópolis, José Dionísio Ramalho, que no momento não possuía condições favoráveis para a manobra, foi a causadora da colisão que terminou com 13 mortos e 15 feridos, a maioria estudantes que viajavam na carroceria da caminhoneta (pau-de-arara) atingida pelo ônibus.
No laudo, entregue ao delegado Sílvio Bardasson na noite da última sexta-feira, constam informações como a invasão da faixa contrária de 80 cm e marca de frenagem de 30,3 m, que levou os peritos a concluírem que o ônibus, quando começou a frear, trafegava a uma velocidade aproximada de 80,89 km/hora. Com esta informação, segundo o delegado, há divergência na versão apresentada pelo motorista, de que trafegava a cerca de 50 km/hora.
Ainda para Sílvio Bardasson, com base na análise técnica através dos levantamentos feitos no local pelos peritos, se a carroça, que foi ultrapassada pelo motorista do ônibus, estivesse na pista, como ele alega, e não no acostamento, a colisão com a caminhoneta que transportava os estudantes teria sido de frente e não na lateral, como de fato aconteceu.
Sílvio Bardasson, que tinha enviado o inquérito para a Justiça na última quarta-feira pedindo um novo prazo, disse que vai aguardar o retorno do inquérito para que possa juntar o laudo e as fotografias feitas. Somente a partir daí, informou, poderá fundamentar a conclusão do inquérito policial, apontando no relatório os indiciados pelo acidente.
O laudo da reconstituição, feita no dia 6 de junho que contém 48 páginas, foi feito pelos peritos criminais Joelson dos Santos Silva e Manoel Trigueiro Pereira e assinado pelo diretor do Departamento de Criminalística, Humberto Jorge de Araújo Pontes.
A reconstituição foi solicitada pelo delegado para esclarecer dúvidas que surgiram durante os depoimentos e dela participaram os motoristas do ônibus e da caminhoneta e o carroceiro, respectivamente Joceano Tavares de Oliveira e Cícero Costa. Já os estudantes de Direito da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus de Sousa, participaram da reconstituição, representando as vítimas do ônibus, pois o delegado decidiu não convocá-las para evitar constrangimentos. A reconstituição do acidente teve a participação de mais de 100 pessoas.