O norte-americano Tony Lee Harris, de 37 anos, deixou o time de basquete do Universo BRB para virar um caso de polícia. Há uma semana não se tem notícia do atleta. Ele foi contratado pela equipe do Distrito Federal para participar do Campeonato Sul-Americano de clubes campeões, realizado no último final de semana, na cidade.
No domingo, quando membros da comissão técnica foram ao Hotel Carlton (Setor Hoteleiro Sul) buscá-lo para se integrar ao elenco que enfrentaria os argentinos do Boca Juniors, não o encontraram. O Universo entrou em quadra sem o ala. Mesmo se tivesse atuado, Harris não poderia fazer muito para impedir a derrota por 77 x 60.
O Correio apurou que o jogador pegou um táxi na noite de sábado, dia 3, para Goiânia. Ele carregou duas mochilas do Universo com algumas peças de roupas e ia encontrar-se com uma amiga. De lá, pagou R$ 800 ao taxista para levá-lo ao Rio Grande do Norte. No domingo, eles deixaram a capital goiana, passaram pelo Carlton para Harris buscar mais algumas roupas e seguiram viagem.
No meio do caminho, por um motivo ainda não revelado, o norte-americano aproveitou a baixa velocidade do carro, por causa do péssimo estado de conservação da estrada, e pulou do veículo. Ele fugiu para dentro do matagal que margeia a rodovia no interior da Bahia. Essa é a última informação que se tem de Tony Lee Harris.
A diretoria do Universo levou o caso até a Embaixada dos Estados Unidos. A família do jogador, que mora em Seattle, na Costa Oeste do país, está em contato com a representação diplomática no Brasil. A embaixada, por meio de sua assessoria de imprensa, diz ter acionado a Polícia Federal. O departamento de defesa institucional da PF, responsável pela área de estrangeiros, informou não ter recebido nenhuma orientação dos norte-americanos, apesar de saber do caso. O mesmo acontece com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Instabilidade
Harris sofre de depressão. Antes de desembarcar no DF, em 30 de outubro, teve problemas com a Justiça norte-americana por falta de pagamento de pensão alimentícia. No pouco tempo em que conviveu com o elenco do Universo, o ala revelou sua personalidade. Ele se dizia perseguido e chegou a afirmar que estava sendo ameaçado de morte por outros jogadores.
“Se soubesse de tudo isso antes, não o traria para cá”, lamentou Jorge Bastos, diretor do Universo. Ele disse que o clube já rescindiu o contrato com o atleta, mas ainda não havia pago seu salário. “As despesas que tivemos com Harris até agora foram com hospedagem, passagens aéreas dos Estados Unidos para cá e alimentação”, contou.
Segundo Bastos, o empresário do norte-americano garantira que Harris estava em forma para atuar, o que não se confirmou em quadra no Campeonato Sul-Americano de clubes campeões. Nas três partidas que participou, jogou por 28 minutos e marcou apenas oito pontos.
O dirigente contratou Harris com a intenção de suprir a ausência do ala Alex Garcia, eleito melhor jogador do Campeonato Nacional 2006-2007. Alex recebeu uma proposta irrecusável de um time de Israel e trocou Brasília por Tel Aviv há mais de um mês. “Queria que viesse o Tony Harris de três anos atrás e não esse que passou por aqui”, resumiu o dirigente. O ala ficou conhecido no Brasil ao fazer 18 pontos na decisão do Nacional 2004, quando o extinto Unitri Uberlândia, equipe que defendia, se sagrou campeão sobre o Flamengo.
O Universo estuda, agora, a vinda de um novo atleta dos Estados Unidos para a vaga de Harris. (Colaborou Édson Luiz)
Nome
Tony Lee Harris
Idade
37 anos
Nacionalidade
Norte-americano
Altura
1,94m
Obs
Fala e entende português
Informações
(61) 3312-7000* (de 8h às 17h) e (61) 3312-7400* (depois das 17h)