A comissão pela duplicação da BR-392 (estrada que liga Rio Grande a Pelotas), formada por políticos, usuários e sindicatos locais, promete uma grande mobilização no próximo dia 26 quando, às 10h, no trecho de acesso a Domingos Petroline, promete trancar o fluxo nos dois sentidos da rodovia federal. O ato contará com a presença, inclusive, da Câmara Municipal de Pelotas.

Segundo o parlamentar Jair Rizzo (PSB), o ato tem como objetivo cobrar o início da duplicação, ainda não-autorizada pelo governo Federal, devido ao reajuste previsto pela concessionária responsável pela praça de pedágio. “Quantas vidas ainda vamos perder até que a obra saia do papel? Nossa manifestação será de luto às famílias que perderam parentes em acidentes na BR-392, única rodovia de acesso ao Porto do Rio Grande, responsável por grande parte do escoamento da produção do Estado e do País”, explica ele, referindo-se ao grave acidente registrado na rodovia na noite da última segunda-feira, envolvendo sete caminhões.

Rizzo alega que a comissão está preparando um documento a ser entregue aos órgãos públicos, sugerindo a desativação do pedágio para que a obra possa ser iniciada. “Se este pedágio é um dos mais elevados do Brasil e está impedindo o início da obra, pedimos que o governo pague então uma indenização à concessionária pela quebra de contrato, mas que dê início, o mais rápido possível, às obras de duplicação. Se a concessionária não tem interesse em diminuir o valor da tarifa como foi solicitado pelo governo Federal, então o melhor é que terminem com este contrato para que possa ser fechada nova concessão com valores mais populares”, argumenta o vereador.

Diz que o Ministério Público receberá uma cópia deste “apelo à vida”, “pois é inadmissível que a ministra afirme que este é um dos trechos mais caros aos usuários e nada seja feito”, conclui Jair Rizzo.

Por que a duplicação ainda não foi liberada
Durante a visita da ministra-chefe da Casa Civil a Porto Alegre, Dilma Rousseff, na última sexta-feira, esta afirmou que a concessionária responsável pelo trecho entre Rio Grande e Pelotas prevê o reajuste de 21% na tarifa após a duplicação da rodovia. Como o governo alega que este trecho é um dos mais caros de todo o País, não admite que o valor suba ainda mais. Para tanto, o governo Federal aguarda a conclusão do estudo sobre o impacto da duplicação na região pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e ainda sem data prevista para sua conclusão.