A venda de caminhões pesados em Rio Preto aumentou em até 50% nas concessionárias, alavancada pela explosão na produção de cana-de-açúcar. Em algumas revendas, a fila de espera chega a 90 dias, pois a demanda não tem sido acompanhada pela produção das montadoras. De acordo com Valdevir Novelli, diretor comercial da Rodobens Caminhões, que revende veículos fabricados pela Mercedes-Benz, alguns clientes vão perder parte da safra pela falta de caminhões para transportar a produção. Segundo ele, a situação se repete em todo o Interior do Estado, em diferentes concessionárias. “O número de usinas em produção na região de Rio Preto cresceu muito nos últimos anos. Essa expansão superou as expectativas de todas as montadoras”, afirmou. Segundo ele, no entanto, os prazos de entrega da Rodobens Caminhões estão sendo cumpridos.

Na Ford Caminho, a procura por caminhões também cresceu cerca de 50%, acima da capacidade de produção da montadora. “Além do bom desenvolvimento do agronegócio, o BNDES facilitou as condições de financiamento para a compra desses veículos, o que ampliou as vendas”, disse Paulo César Tonello, gerente dessa concessionária. Segundo ele, o que preocupa a empresa é a falta de flexibilidade para ampliar a produção de acordo com a demanda. No caso dos caminhões utilizados no transporte de cana, nessa revendedora o período de espera é de quase 50 dias. Para Ivo José Gazon, diretor-operacional Cotave, concessionária de caminhões Volkswagen, o aumento nas vendas é concentrado neste início de ano, principalmente para as vendas no atacado. Nessa revendedora, o prazo médio de espera também é de 90 dias. De acordo com Gazon, as montadoras encontram dificuldades em atender à demanda, pois dependem de fornecedores, que nem sempre conseguem ampliar a produção ou têm matéria-prima suficiente para o aumento nas vendas. Além do setor sucroalcooleiro, as concessionárias também apontam o aumento na procura de caminhões para frigoríficos na região de Rio Preto.