Para o vereador de São Manuel, Pedro Norival Cicarelli, a cidade ficou isolada. “Temos pedágio para Lençóis Paulista, para Botucatu e Avaré. Ficou uma situação ‘sui generis’, totalmente isolada por pedágios. Não temos saída para praticamente nenhum dos lugares sem pagar pedágio. Praticamente só vamos até Areiópolis sem pagar, ainda bem que não dependemos deles. Para as cidades maiores da região, temos que pagar pedágio.”

Já com Botucatu, segundo Cicarelli, a relação é outra. “Nós dependemos muito de Botucatu, porque boa parte da população vai trabalhar lá, nas indústrias, os autônomos, estudantes etc. Sem contar com o atendimento médico da Unesp. Todos serão prejudicados.”

Preocupado com o desequilíbrio financeiro das famílias, a Câmara pensa em subsidiar a viagem dos trabalhadores. “Estamos tentando judicialmente, se não conseguirmos vamos estudar o emprego de parte do Imposto Sobre Serviços (ISS) que será destinado aos municípios para ajudar os moradores. Ainda temos que discutir a forma e se isso vai realmente resolver.”

Na opinião do presidente da Câmara de Botucatu, Reinaldo Mendonça Moreira (PR), o pedágio está dividindo Botucatu e São Manuel que tinham uma relação histórica. “Nós fizemos um big empenho pela não instalação, mas conseguimos só a redução dos valores”, lamenta. Segundo ele, Botucatu também está isolada por pedágios. “Temos um na Botucatu/Anhembi, um em Itatinga e um em Areiópolis. Entre Botucatu e São Manuel são 20 quilômetros só, estamos ilhados.”

O prefeito de Botucatu, João Cury Neto (PSDB), deixa claro que não é contra o pedágio e lembra que as duas cidades terão aumento na arrecadação. “Infelizmente a concessão é estadual e não temos como reverter. Estou tratando o assunto com o prefeito de São Manuel para ver o que ainda é possível fazer.”

Um desvio contra pedágio

O presidente da Câmara Municipal de Botucatu, Reinaldo Mendonça Moreira (PR), propõe um estudo para que os moradores de sua cidade e de São Manuel deixem de pagar o pedágio.

“Uma possibilidade seria usar um desvio. Existe uma estrada de Toledo que sai no trevo de Santa Maria da Serra. Tem que ser analisado o custo-benefício. O investimento que as prefeituras teriam que fazer colocar o desvio como alternativa. Não sei se é viável, porque parte da cobrança vai retornar ao município, acredito que 5% de ISS, mas não é porque retorna que a gente tem que aceitar. Já que eles acham que quem usa tem que pagar, coloque um preço mais acessível, uma vez que a cobrança é na ida e na volta.”