O empresário Mário Luft, de São Paulo, assume amanhã o comando da Viação Garcia já anunciando contratações e investimentos. Em entrevista à FOLHA, ele informou que pretende contratar, pelo menos, 30 funcionários em janeiro e comprar 50 novos ônibus a partir de julho, num investimento aproximado de R$ 30 milhões.

Segundo o empresário, a negociação com a Viação Garcia foi fechada no último domingo à noite em Londrina. Até ontem no final da tarde, a empresa londrinense ainda não confirmava oficialmente a venda.

Luft não revelou o valor do negócio, mas disse que não chega a R$ 400 milhões . Quanto às dívidas da Garcia, ele informou que as auditorias realizadas apontam cerca de R$ 100 milhões. O empresário, que é presidente da Luft Logistics – um dos maiores grupos de serviços logísticos da América do Sul -, disse que o negócio não está ligado à sua holding e é um projeto pessoal dele.

Luft não revelou se há outros empresários envolvidos no negócio e disse que nenhum de seus três filhos deve participar da administração da empresa, pelo menos, no início. Ele informou que chegará em Londrina amanhã de manhã para assumir a Viação Garcia com procuração . Só serei o novo proprietário de fato, depois que os poderes concedentes (das linhas de ônibus) derem a sua anuência , explicou.

A transferência do poder acionário precisa da anunência do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Segundo o empresário, os dois órgãos devem ser comunicados oficialmente sobre o negócio ainda nesta semana.

Conforme Luft, a negociação com a Viação Garcia foi iniciada há cerca de 90 dias e afivelada há uma semana. Ele justifica que o contrato só foi assinado num domingo à noite por falta de horário na agenda dele nos últimos dias. Já que tinha um compromisso aqui no Sul no final de semana, resolvi convocar meus assessores e advogados para virem a Londrina. O pessoal da Garcia concordou e deu tudo certo , disse. Esses espanhóis (proprietários da Garcia) são gente muito séria, clara e honesta. Nem precisou daqueles contratos leoninos, unilaterais. Tudo que se falou, se fez claro .

O patrimônio adquirido, conforme Luft, envolve também as empresas Princesa do Ivaí e Ouro Branco, num total de 562 ônibus, 97 caminhões, 50 equipamentos de apoio (carros, empilhadeiras, entre outros) e 35 garagens espalhadas por vários estados. Ele afirmou que pretende comprar novos ônibus, visando a participação no processo de licitação de cerca de duas mil linhas de ônibus interestaduais que deve ser realizado em 2011 pela ANTT.

É possível que venhamos a fazer integração com outras linhas de ônibus que já temos em alguns outros Estados , disse, sem dar mais detalhes de quais seriam essas linhas e se estariam ligadas a empresa Leads, dirigida pela filha dele Hoje, a Garcia opera nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Quanto às contratações, o empresário não revelou em que setores pretende investir, mas adiantou que, inicialmente, a prioridade é o marketing. É um setor em qual sempre temos preocupação em investir Vamos deixar a empresa melhor ainda, inclusive com um logotipo mais moderno , adiantou.

Luft descartou a possibilidade de demissões e garantiu que não pretende mudar a sede administrativa de Londrina. A sede atual é um patrimônio psicológico da empresa. Queremos honrar os seus fundadores e funcionários , destacou.