Começa ainda neste mês a construção da ponte que substituirá o atual viaduto Vila Rica, localizado no KM 542 da BR–040, em Congonhas, a 50 km de Belo Horizonte. Ontem, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, assinou a ordem de serviço da obra, de custo avaliado em R$ 28 milhões, mas que até o momento possui R$ 10 milhões liberados pelo orçamento federal.
A previsão é que o viaduto de pista dupla e 460 m de comprimento fique pronto em dois anos.
“Desde os anos 70 se discute uma solução técnica para resolver o problema do atual viaduto, onde já morreram pelo menos duas centenas de pessoas em acidentes de trânsito”, disse o ministro.
Na última semana, a M. Martins Engenharia começou a instalar o canteiro de obras e, segundo o engenheiro responsável pelo empreendimento, Fabrício de Castro Silva, até o final do ano a instalação dos cem tubulões das fundações da ponte deverá estar adiantada.
Soluções paliativas foram implementadas na atual ponte, conhecida também por viaduto das Almas. Em fevereiro de 2004, lombadas eletrônicas foram instaladas nas duas entradas do viaduto, o que conforme a polícia rodoviária ajudou a reduzir, mas não acabar com os acidentes na perigosa ponte.
No último final de semana, por exemplo, um Vectra caiu da ponte, de uma altura de mais de 50 m, e o motorista morreu. Além do novo viaduto, será construída uma variante que mudará o percurso daquele trecho da BR–040. No total, serão 2.800 m de asfalto novo.
BRs 040 e 262
Nos próximos dias, afirmou o ministro, será assinada a ordem de serviço para a duplicação de 80 km da BR–040 entre Sete Lagoas e Curvelo, prevista para ficar pronta em três anos.
No trecho, que está em estado precário, também são registrados acidentes graves. Assim também se encontra a BR–262, entre Betim e Nova Serrana. Conforme o ministro, o projeto (avaliado em R$ 300 milhões) está pronto e a licitação será aberta neste ano.
Minas terá 20 balanças nas estradas
Durante a cerimônia de assinatura da ordem de serviços para a construção do novo viaduto Vila Rica, em Congonhas, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, falou sobre a necessidade de controle do tráfego da malha viária brasileira como forma de diminuir os custos de manutenção.
Segundo ele, o governo federal tem investido em balanças de pesagem de veículos de carga como forma de coibir o tráfego de caminhões com carga excessiva – um dos fatores apontados como degradadores do piso asfáltico.
Somente em Minas, afirmou Passos, até agosto do ano que vem, serão instaladas 20 unidades com tecnologia automatizada. Em todo o país, continua, esse número deverá atingir um total de 67 até dezembro de 2007, com investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão.
Em dezembro está prevista a abertura de licitação para a compra dos novos equipamentos de pesagem.
Rodoanel
Sobre o projeto de construção do rodoanel da Grande Belo Horizonte, necessário para desafogar o trânsito de caminhões pesados dos centros urbanos, o ministro foi evasivo.
“Isso será discutido no momento certo”, afirmou. O Instituto Horizontes elaborou um projeto de transformação do Anel Rodoviário de uma avenida tipicamente urbana, com centros empresariais, de convenções e endereço de hotéis.
O instituto sugere a divisão do Anel Rodoviário em três áreas. Uma abrigaria atrações gastronômicas e de lazer, outra de serviços públicos e, a última, moradias para pessoas de baixa renda.
Entretanto, para esse projeto avaliado em R$ 1 bilhão se tornar realidade seria preciso transferir o fluxo de veículos pesados para o Rodoanel. Este, construído em um raio mais distante da capital, passando pelos municípios metropolitanos, faria a interligação das rodovias de escoamento de carga.
Para o superintendente do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) em Minas, Sebastião de Abreu, o projeto está em análise pelo órgão, mas, segundo ele, é preciso garantir primeiro a trafegabilidade do atual Anel Rodoviário. “As coisas são feitas passo a passo”, disse.