VÍDEO: Alagamento em trecho de duplicação da BR-163/MT, em Nova Mutum, provoca transtornos a usuários
ALAGOIU: Forte chuva provoca alagamento na BR-163/MT, em Nova Mutum, e caos a usuários. Foto: Reprodução

Especialista ouvido pelo Estradas afirmou que responsáveis pela obra não cuidaram da drenagem

Chuvas forte e falha no sistema de drenagem provocaram a interdição da pista sentido Cuiabá (MT), da BR-163, na região de Nova Mutum, em Mato Grosso, por várias horas, nessa sexta-feira (18).

Por conta disso, formou-se um grande congestionamento na pista, o que obrigou a concessionária Nova Rota do Oeste, responsável pelas obras na rodovia, a implantar mão dupla na pista contrária, no trecho próximo ao Rio dos Patos.

O trecho atingido a concessionária Nova Rota do Oeste realiza obra de duplicação. A empresa explicou que “o sistema de drenagem está em fase de execução no ponto de alagamento”. O canteiro central terminou recebendo todo o volume de água, desde o km 610, e transbordou”.

A concessionária utilizou maquinários para remover a terra e detritos que tomaram conta da pista. Não foram registrados danos no asfalto e a empresa acrescenta que “trabalha na continuidade da obra de drenagem”.

Especialista afirmou que foi negligência

O Estradas ouviu um especialista no setor sobre o que pode ter ocorrido para o acúmulo de tanta água na pista. “O projetista e o pessoal da obra não previram uma chuva tão forte. Acham que estão em Lima, no Peru, que nunca chove. Tem que prever que vai chover, como choveu. Aqui não é Lima. É falta de vivência em obra, de projeto“, disse.

Ainda de acordo com o especialista, o pessoal não cuidou da drenagem da rodovia durante a obra. “Essa região de Nova Mutum é muito plana e quase não tem caimento do terreno para dar um bom escoamento da água. Então, quando você faz uma rodovia, a primeira coisa que se implanta é a drenagem, são os bueiros“, frisou.

Segundo ele, “você prepara toda a drenagem e, com conhecimento técnico de topografia, sabe onde são os pontos críticos que a água vai acumular; você tem que dar o escoamento da água. Neste caso, eles não devem ter previsto uma drenagem adequada, teve uma chuva muito forte com certeza, essa chuva canalizou e concentrou a água em algum ponto da rodovia; com isso, ela trouxe toda a lama para esse ponto. E praticamente interditou a rodovia porque deve ter ficado aí um meio metro de lama. Quem entrasse na lama ia atolar. Eles [concessionária] fizeram uma mão dupla na pista contrária, porque essa pista da direita está interditada. Parece que, com relação à pista, não houve nenhuma consequência. É só retirar a lama que está em cima da pista e voltar ao normal; e arrumar a drenagem porque vai chover de novo. Às vezes o pessoal fala que é erro do engenheiro, na verdade aí não teve engenharia, é só isso, se tivesse não teria acontecido isso“, concluiu.