Já se passaram seis meses, mas o universitário Frederick Hesse ainda sente as dores do acidente. Ele fraturou a coluna e teve que ser operado.”Eu perdi o movimento da região lombar da minha coluna e isso me prejudica para utilizar o transporte público, que já não é de grande qualidade, me prejudica de assistir oito horas de aula seguidas, que eu fui obrigado a assistir porque fui reprovado por falta na Universidade Federal do Pará.”, conta o estudante.
Frederick foi vítima do acidente que aconteceu em julho do ano passado, no Paraná. O estudante saiu de Belém e seguia para um congresso em Curitiba quando, segundo testemunhas, o ônibus onde ele estava perdeu o controle da direção depois que um caminhão invadiu a pista.
O ônibus onde estavam 52 pessoas ficou desgovernado e caiu em uma ribanceira. Frederick chegou a apresentar a cópia de um lado do Instituto de Criminalística do Paraná, que aponta que o motorista da empresa de turismo responsável pela viagem estava a 90 km por hora, quando o limite de velocidade na via era de 60 km.
Depois do acidente, a vítima já fez 85 sessões de fisioterapia. Tudo foi pago pela família dele, e o dinheiro não teria sido reembolsado pela empresa.
De acordo com a empresa de turismo, das 15 pessoas que ficaram gravemente feridas no acidente, 13 ainda não foram totalmente indenizadas. O motivo, segundo a empresa, são pendências relacionadas à documentação exigida pela seguradora contratada para cuidar do caso.
Além das vítimas que ficaram feridas, ainda faltam ser indenizadas quatro das 10 famílias de pessoas que morreram no acidente. A empresa garante que tem acompanhado o caso de todos que estavam no ônibus.
“Ainda tem muitos vitimados que ainda não trouxeram os documentos que nós solicitamos, e que a seguradora cobra, que é necessário para que eles reembolsem, e nós estamos dependendo disso.”, explica Alexandre Vasques, advogado da empresa.
“Eu sinto muito descaso. Parece que eles querem vencer pelo cansaço realmente”, lamenta o estudante