Pelo menos 20 veículos por dia foram flagrados excedendo a velocidade máxima da BR-497 (60 km/h) entre Uberlândia e Prata em julho, um mês após os radares inteligentes terem sido instalados nos km 18,2 e 19,2 da rodovia. Dados da área de Tráfego do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) mostram que, naquele mês, 643 veículos cometeram a infração, considerada grave ou gravíssima, dependendo da circunstância, pela legislação brasileira.

O índice e sua relevância ainda não foram analisados pelo DER, mas é considerado dentro dos padrões para o órgão, porque não representa nem mesmo 1% da quantidade total mensal de veículos que passaram pelos radares, pouco mais de 84,2 mil, segundo contagem dos próprios equipamentos. Além disso, os flagrantes não necessariamente representam a quantidade de autuações emitidas pelo órgão nesse período de tempo.

Conforme explica o gerente de Tráfego e Segurança Viária do DER-MG, Ivan Godói, os equipamentos calculam a velocidade dos supostos veículos irregulares e tiram fotos deles. Essas fotos são alimentadas em um sistema controlado por técnicos do departamento, em Belo Horizonte. Os técnicos são responsáveis por conferir os registros, para que não haja erros, antes de se emitirem as notificações. Pela lei, as notificações devem ser entregues em até 30 dias.

Além da dinâmica-padrão para detectar excessos de velocidade, os aparelhos são chamados de inteligentes por causa da capacidade de identificar, no momento em que o veículo passa pelo local, mesmo que em velocidade compatível, se há irregularidades em relação a documentação, multa, ou mesmo se está envolvido em alguma ocorrência policial. Isso é feito por meio de um acessório que filma e faz a leitura da placa e, online, cruza a sequência com banco de dados do Detran de Minas Gerais. A intenção é que, com isso, a Polícia Rodoviária Estadual, que tem um posto no trecho com acesso ao sistema de leitura, possa realizar abordagens certeiras.

Polícia aborda veículos irregulares

Apesar da imprecisão dos radares quanto à leitura de placas, a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) emitiu orientação recente aos militares que atuam no trecho para que façam as abordagens dos carros apontados como tendo irregularidades pelo programa, mesmo que erroneamente. A informação é do responsável pelo posto policial da BR-497 entre Uberlândia e Prata, sargento Edvaldo Rosa Santos.

Segundo ele, essa medida de prevenção é essencial para a contribuição com a segurança social. “Nesse sentido, uma vez, conseguimos abordar um veículo que aparecia como furtado. Quem dirigia era o próprio dono, que não havia dado baixa na queixa do crime. Graças à abordagem, isso foi feito”, afirmou.

Técnicos vão averiguar aparelhos

Mesmo funcionando desde julho e terem como intuito dar apoio ao trabalho da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), os radares inteligentes ainda não conseguem ler com precisão absoluta as placas dos veículos que passam por eles. Por isso, conforme relato dos policiais que trabalham no posto, as abordagens estão ocorrendo de forma comedida e nenhum carro foi recuperado ou aprendido até o momento.

A reportagem esteve no local para ver o funcionamento do programa de computador que, a partir da filmagem do acessório instalado nos radares, faz a leitura das placas. De sete carros que haviam acabado de passar pelos equipamentos, pelo menos seis tinham a placa identificada de forma errada, por uma letra ou um número. Assim, o programa apontava outro veículo diferente do filmado.

Para medir a precisão dos aparelhos diante dessa circunstância, o gerente de tráfego e segurança viária do DER-MG, Ivan Godói, afirmou ter enviado uma equipe para verificar e regular o acessório. “Temos a exigências de que a precisão dessas leituras fique entre 80% e 100%”, afirmou.

Imprecisão da leitura não influencia no flagrante de excesso de velocidade

Pela dinâmica dos radares, segundo a área técnica do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), as imprecisões das leituras de placa feitas pelos radares não influenciam na medição e no flagrante de veículos que excedam a velocidade no trecho porque o excesso de velocidade é calculado pelos laços mecânicos na pista, seguidos por fotografias do suposto veículo irregular, que são conferidas por técnicos posteriormente. Já a leitura das placas, apurada por um programa de computador a que a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) tem acesso, é realizada por um acessório à parte nos radares, que filma os veículos e está interligado online ao sistema do Detran-MG.

Fonte= Correio de Uberlandia