CURIOSIDADE; Alguns dos pioneiros no transporte de veículos no Brasil. Fotos: Divulgação/Sinaceg

O transporte de veículos novos exige muita responsabilidade. Para os proprietários, eles são esperados como bebês na maternidade. Conheça mais sobre o setor nesta série do Estradas.

Os chamados caminhões-cegonhas circulam pelo Brasil levando modelos novos nacionais, carrões importados e até caminhões novos (cavalinhos). A história desse tipo de transporte teve início no final do século 19, nos EUA.

O pioneiro foi o escocês Alexander Winton, fundador da Winton Motor Carriage Company, em 1897, uma das primeiras fabricantes de automóveis nos Estados Unidos, sediada em Cleveland, Ohio. Ele era um homem de visão comercial e pode ser considerado o primeiro estradeiro.

Em 1898, Winton fez uma viagem de publicidade, de Cleveland a New York, para demonstrar a confiabilidade de seus veículos. Essa viagem ajudou a popularizar os automóveis entre o público americano.

Em 1899, ele já lançava o primeiro protótipo para transportar veículos novos, pois queria entregar carros 0 km para seus compradores. Com isso, revolucionou a logística e comercialização dos veículos novos, sendo rapidamente copiado pelos concorrentes.

Na Europa, a Renault, junto com a Berliet, iniciou o transporte de vários veículos nos anos 20. Outra empresa importante nas inovações foi a holandesa DAF, que também entrou no mercado de caminhões-cegonhas no pós-guerra.

No mesmo país, a De Rooy, fundada em 1923, passou a investir pesado no transporte de veículos novos, a partir dos anos 50, e, posteriormente, no transporte de caminhões novos e outros veículos pesados.

No mercado brasileiro, inicialmente os carros novos eram transportados pelos chamados “caravanistas”, que dirigiam o veículo até a cidade do comprador. Alguns deles, eram policiais rodoviários, que aproveitavam a folga para fazer um “bico”. Com o crescimento da demanda, surgiram as primeiras improvisações de transporte de veículos novos.

Posteriormente, surgiram os primeiros modelos de caminhão-cegonha, inspirados nas experiências europeias e americanas. A cegonha era vista como símbolo de fertilidade e chegada de uma nova vida, presente no folclore de países escandinavos e no período greco-romano.

A popularidade da cegonha como portadora de bebês foi amplamente difundida por contos de fadas. Mas foi com Hans Christian Andersen, autor dinamarquês do século XIX, da história chamada “A Cegonha” (1838), que essa imagem ganhou o mundo.

A Cegonha no Brasil

O veículo novo é tratado pelo proprietário como um bebê recém-nascido. Por isso, esse transporte até seu destinatário deve ser feito com cuidado e carinho.

Nesta trajetória do transporte de veículos novos no Brasil, há muita história para contar e muito a aprender. Tanto na evolução do transporte e dos veículos, como nos aprimoramentos para garantir o transporte seguro, desenvolvidos pelos pioneiros, trabalhadores e empresários do setor.

Por isso, o Estradas vai dar início a um trabalho de divulgação que visa mostrar a evolução do transporte de veículos, a contribuição das empresas do setor para o aumento da segurança viária, as normas rígidas que regem o transporte desses “bebês”, conforme esclarece o sindicato da categoria, empresas que levam a sério a contratação desse serviço e as histórias de pessoas que trabalham nesse segmento.

Naturalmente, existem maus profissionais que prejudicam a imagem do setor. Entretanto, é importante que as pessoas conheçam os bons exemplos, que são maioria e, muitas vezes, passam despercebidos. Não podemos confundir cegonha com ave de rapina.

Esperamos que, ao final dessa viagem de histórias e informações, você olhe para os caminhões-cegonhas com o respeito que os bons profissionais merecem e com a certeza de que os maus exemplos são a exceção e não a regra.

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