Acompanhando o aumento da frota, na ordem de 8% entre maio de 2007 e maio deste ano, as mortes também cresceram
À medida que a frota aumenta, também crescem os acidentes e mortes no trânsito. O número maior de veículos circulando em Bauru, aliado à imprudência dos motoristas e, por vezes, também dos pedestres, resultou em mais acidentes, mais vítimas e mais mortes comparando-se os cinco primeiros meses de 2007 com o mesmo período deste ano. Nos cinco primeiros meses deste ano já morreram 11 pessoas no trânsito, 10% a mais que no mesmo período de 2007. O índice de vítimas graves subiu ainda mais – 39% entre um período e outro.
E entre maio de 2007 e maio de 2008, a frota registrada em Bauru aumentou 8%. Subiu de 157.099 para 170.791 veículos, com destaque para as motocicletas. E é exatamente o veículo de duas rodas o que mais causa morte no trânsito da cidade. Das 11 pessoas que perderam a vida em acidentes neste ano, seis eram motociclistas. Três eram pedestres e duas ciclistas.
A principal causa dos acidentes, no entanto, não foram as condições dos veículos, das ruas ou dos próprios motoristas, mas sim da imprudência. De acordo com o capitão João da Costa Duarte, comandante da 1.ª Companhia da PM, o desrespeito às regras básicas do trânsito é o principal motivo para que ocorram acidentes em Bauru. “A gente percebe que os acidentes ocorrem pela inobservância das regras de trânsito e imprudência por parte dos motoristas e pela desatenção dos pedestres”, destacou.
Entre os motociclistas, a imprudência, ou seja, dirigir sem tomar os devidos cuidados, é a causa principal dos acidentes, sem sombra de dúvida, na avaliação do capitão. Entre as atitudes imprudentes mais comuns ele cita ultrapassagem pela direita e conversão em local proibido.
Pelo fato de guiar um veículo de pequeno porte, muitas vezes o motociclista acha que pode fazer algumas manobras proibidas, como trafegar na contramão, por exemplo. Um dos acidentes fatais registrados foi justamente por conta desse tipo de atitude. O motociclista fez uma conversão proibida à direita e colidiu de frente com um ônibus, morrendo no local.
Dos três pedestres que morreram nos cinco primeiros meses deste ano, um atravessava a rua fora da faixa, com o farol fechado para ele. O outro atravessou a frente de um ônibus estacionado, sendo atingido por uma moto que transitava na outra faixa. O terceiro, segundo testemunhas, atravessou sem atenção, sendo atropelado por um ônibus.
Apesar do número de acidentes com vítimas fatais ter aumentado, o capitão Costa Duarte destacou que um fator deve ser levado em consideração, o aumento da frota. “A quantidade de veículos aumentou, e principalmente de motocicletas. Isso reflete no número de acidentes”, frisa.
Para Costa Duarte, a única forma de diminuir o número de vítimas no trânsito em Bauru é conscientizar as pessoas que devem obedecer as regras de trânsito. Ele aponta que muitos motoristas reclamam das multas e punições impostas, mas só obedecem as regras quando há fiscalização, ou radar na via. “As pessoas precisam ter mais cuidado, observar as regras, dirigir de forma defensiva”, frisou.
Costa Duarte também observa que a maioria dos acidentes fatais ocorreu em vias movimentadas e, conseqüentemente, onde a fiscalização tende a ser maior. As campeãs são as avenidas Nações Unidas e Rodrigues Alves, com dois acidentes cada uma – ambas têm fiscalização eletrônica da velocidade.
A rua 1.º de Agosto, Praça Machado de Mello, avenida Nuno de Assis, avenida Cruzeiro do Sul, avenida José Henrique Ferraz, Moacir Zambom e Alameda das Acácias (trevo da rodovia Marechal Rondon), completam a lista dos locais com acidentes que resultaram em morte.
A faixa etária das vítimas fatais deste ano varia de 18 a mais de 60 anos, sendo que, entre 31 e 45 anos há a maior incidência (quatro mortes), seguido pela faixa de 18 a 30 anos (três mortes), de 45 a 60 (duas mortes). Houve uma vítima com mais de 60 anos e uma com idade ignorada.