Três pessoas morreram, entre elas um casal de detetives da Polícia Civil, em dois acidentes na BR-381, ambos perto de Nova União, na região Central do estado, a 60 quilômetros de Belo Horizonte. A pista molhada e a alta velocidade dos veículos envolvidos provocaram as duas batidas, na tarde de ontem, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). No km 396, os agentes policiais José Germano Oliveira, de 45 anos, e a sua mulher, Cláudia Ribeiro Germano, de 39, morreram quando o carro em que viajavam, o Palio Weekend, placa GXK-5700, de BH, bateu de frente com um caminhão Mercedes, placa BXJ-2624, de Piracicaba (SP).
Segundo a PRF, os dois detetives seguiam da capital para Manhuaçu, com as filhas – Ana Cláudia e Natália Cristina Ribeiro Germano, de 14 e 10 anos, respectivamente – e uma tia de José Germano, Cleonice Germano Dias, de 50, quando, em uma curva a poucos quilômetros da entrada de Nova União, o policial perdeu o controle da direção e bateu no caminhão, que seguia de João Monlevade para BH. Com a batida, a frente do carro entrou debaixo do Mercedes e o casal ficou preso às ferragens, morrendo no local.
As três passageiras foram levadas para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, na capital, por um helicóptero da Polícia Civil e, até a noite de ontem, permaneciam internadas. A direção do hospital não informou o estado de saúde delas. A retirada dos corpos pelas equipes de resgate demorou mais de três horas e o trânsito ficou interditado nos dois sentidos da rodovia das 12h30 às 16h. O congestionamento, de acordo com a PRF, se estendeu por 15 quilômetros. O ajudante do caminhão, Clausimar de Jesus, de 35, sofreu ferimentos leves, sendo atendido no local, e o motorista, João Batista, de 44, não se machucou. “O Palio fez a curva em alta velocidade, rodou na pista e invadiu a contramão. Tentei sair para o acostamento, mas não deu tempo”, lamentou.
José Germano, detetive há mais de 20 anos, era chefe do setor administrativo do Departamento de Investigações (DI). A mulher dele, Cláudia, ex-funcionária do DI, há três meses estava lotada no Instituto de Identificação da Polícia Civil. “Estive com Germano pela manhã, quando ele me contou sobre a viagem. A família dele é de Manhuaçu e eles costumavam passar fins de semana prolongados lá. O DI lamenta muito a perda dos dois colegas”, contou, abalado, o supervisor do departamento, delegado Márcio Siqueira.
A pouco mais de 20 quilômetros do local do primeiro acidente, outro acidente perto do trevo de Caeté, no km420 da BR-381, provocou a morte de mais uma pessoa. Depois de bater de frente com o caminhão Scania, placa MEU-9682, de Santa Catarina, o Palio AHV-8467, da capital, rodou na pista e ficou à beira de uma ribanceira. Com a violência do choque, o motorista do Palio, Aílton Lúcio Geraldi, de 42, que seguia no sentido João Monlevade/ BH, foi arremessado do carro pelo vidro traseiro e caiu de uma altura de cerca de 10m. “O cinto de segurança arrebentou e o condutor foi lançado para fora do veículo. Provavelmente, ele perdeu o controle na curva, porque estava em alta velocidade e chovia na hora do acidente”, explicou o policial rodoviário federal Clóvis Cendon.
ÔNIBUS
Pela manhã, uma árvore impediu a queda de um ônibus sobre várias casas, na Rua São José do Goiabal, no Bairro Rosa Neves, em Ribeirão das Neves, na Grande BH. De acordo com o 40º Batalhão de Polícia Militar, o ônibus da linha 5527 (Ribeirão das Neves/BH) derrapou na pista molhada e tombou às margens de um barranco, permanecendo apoiado na árvore até o começo da tarde, quando foi rebocado, sob o olhar assustado de dezenas de moradores. Ninguém ficou ferido.
O mau tempo vai exigir atenção redobrada dos motoristas nas estradas até o fim do feriado prolongado de 12 de outubro, que começa na quinta-feira. De acordo com o Instituto Climatempo Meteorologia, uma frente fria deve chegar à região Sudeste na sexta-feira, trazendo frio e nebulosidade. A previsão para BH é de pancadas de chuva entre a tarde de sexta e domingo, com ligeira queda das temperaturas no estado.