Depois do acidente que matou uma estudante sexta-feira na MS-162, a preocupação é ainda maior

DOURADOS – O risco de acidentes envolvendo animais na MS 162 preocupa os motoristas. Na última sexta-feira, uma estudante morreu depois de bater a moto que pilotava numa égua, que estava solta.

Não é de hoje que a rodovia que liga Dourados a Itahum é causa de protestos de quem passa por ela todos os dias. Os motoristas já reclamaram dos buracos, da sinalização escondida atrás do mato, impossível de ser vista, da falta de respeito dos ciclistas em trafegar fora da área destinada as bicicletas. Agora, o problema é com as carroças e os animais soltos na pista.

Até quem tem carroça protesta. Nélson Dresh é caseiro numa propriedade que fica ao lado da rodovia. Quando sai de casa com a carroça, procura seguir na faixa delimitada, mas nem isso é suficiente para acabar de vez com os riscos de um acidente. Segundo ele, os carros passam em altas velocidades e muito próximos das carroças “os animais se assustam com freqüência, principalmente quando buzinam para nos alertar de que estão passando. Existe um outro risco ainda maior. Não são poucos os animais que ficam soltos na pista. Eu, por exemplo já cansei de pedir para um vizinho deixar sempre a porteira que temos em comum fechada. Um dia, a deixaram aberta e o resultado foi que eu perdi duas vacas. Uma caiu num buraco profundo e a outra só fui encontrar no meio da estrada. Felizmente não aconteceu nada de grave.”

Arcelino Santos Rocha é produtor rural. Sai sempre com a carroça transportando latões cheios de lavagem para alimentar os porcos de uma fazenda próxima. Reconhece que às vezes segue pela ciclofaixa e argumenta que só faz isso porque se trafegar pela estrada de terra lateral, feita exclusivamente para as carroças não consegue subir as rampas, por causa do peso excessivo.

O problema voltou a ser discutido depois que a estudante Tatiane de Oliveira Carnevale, de 20 anos, morreu sexta-feira à noite, quando voltava da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) para casa. Ela não conseguiu desviar a moto que pilotava de uma égua que estava solta.
A recomendação da Polícia Rodoviária Estadual, responsável pela MS-162, é para que os motoristas tenham atenção redobrada para evitar os acidentes envolvendo animais soltos e carroças.