O rodízio para veículos de cargas nas Marginais Pinheiros e Tietê e na Avenida dos Bandeirantes, anunciado ontem pela Prefeitura de São Paulo e que passa a valer dia 15 de maio, causou revolta na Associação Comercial dos Transportadores Autônomos (ACTA), que diz não ter participado de qualquer debate sobre as medidas. “O prefeito Gilberto Kassab não pensou na prática”, diz o presidente da associação, José Ribamar Belizário Brandão. “Vai haver filas de caminhão nos acostamentos das rodovias que chegam à cidade, esperando terminar o horário de rodízio.”

Segundo Brandão, representantes do setor cogitam ir à Câmara dos Deputados, em Brasília, para manifestar posição contrária às mudanças. Por enquanto, decidiram agir na esfera municipal. Nos próximos dias, o sindicalista pretende, junto com outras associações de transportadores, reunir-se com o prefeito Gilberto Kassab e protocolar uma carta com um pedido de revisão do rodízio. “O setor de transportes fará uma ação conjunta contra as medidas”, diz o presidente da ACTA.

Se não forem resolvidos com a Prefeitura, os questionamentos serão levados à capital federal na próxima quarta-feira, quando acontece na Câmara o 8º Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas. “Acredito que até lá já teremos resolvido as coisas na cidade”, diz Brandão. “Mas, de qualquer forma, estaremos todos em Brasília na semana que vem.”

De acordo com o presidente da ACTA, um motorista de caminhão leva em média 1h30 para cruzar a cidade de São Paulo, percorrendo a Avenida dos Bandeirantes, desde o final da Rodovia dos Imigrantes, até a Rodovia dos Bandeirantes. “São Paulo é um gargalo logístico do Brasil”, diz Brandão. “E corre o risco de ficar ainda pior se obrigarmos os caminhoneiros a se enfileirarem nas estradas de acesso à cidade.”