De forma não oficial, a Associação Gaúcha de Concessionárias de Rodovias (AGCR) contesta as críticas do governador Tarso Genro ao anunciar o fim das concessões e a retomada das praças de pedágio no Rio Grande do Sul. Ontem, durante a assinatura da notificação extrajudicial no Palácio Piratini, Tarso classificou os atuais contratos como “mamata” por, segundo ele, permitirem a cobrança de tarifas altas sem o devido retorno em investimentos.

O representante das concessionárias, Egon Schunck Júnior, alega que as empresas não só cumpriram o acordado como, em alguns casos, investiram nas rodovias mais do que o previsto. “Em nenhum momento as concessionárias descumpriram o contrato com o governo do estado. Sempre cumpriram e continuam cumprindo. Inclusive, muitas vezes, fizeram mais do que o contratado”, disse o presidente da AGCR ao G1.

A decisão do Piratini de antecipar para o primeiro semestre de 2013 a retomada das praças de pedágio também é tema de discórdia. No entendimento da AGCR, o período estabelecido de 15 anos de exploração deveria contar a partir de quando começaram as cobranças dos pedágios e não desde a assinatura dos contratos, conforme o parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Assim, os contratos venceriam no segundo semestre, dizem as empresas.

O presidente da AGCR diz que a entidade só vai se manifestar oficialmente sobre a decisão do Piratini depois de receber a notificação assinada pelo governador Tarso Genro. “Não recebemos nada do governo ainda. Assim que recebermos, vamos examinar e conhecer o conteúdo. Avaliaremos uma possível resposta. Não posso me adiantar e me manifestar sem autorização”, justificou Egon.

Firmados em 1998 durante o governo de Antônio Britto, os contratos que serão encerrados abrangem os polos rodoviários de Carazinho, Caxias do Sul, Gramado, Lajeado, Metropolitano, Santa Cruz e Vacaria. A partir do ano que vem, essas praças passarão a ser administradas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), criada recentemente pelo Palácio Piratini.