De acordo com o presidente, a meta na nova concessão é reduzir o valor das tarifas
O presidente da República, Jair Bolsonaro, usou as redes sociais para descartar a instalação de uma praça de pedágio em Barra Mansa. Bolsonaro foi além: disse que a meta na nova concessão será reduzir o valor dos pedágios cobrados.
O caso ganhou grande repercussão na região, após ter sido ventilada a possibilidade de um pedágio ser criado no distrito de Floriano, em Barra Mansa. Isso aconteceria como um dos frutos do novo projeto de concessão da Rodovia Presidente Dutra, a partir do próximo ano.
O prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable, se posicionou contra o pedágio e conseguiu reunir lideranças regionais nas críticas ao projeto, agora descartado por Bolsonaro.
A mensagem do presidente foi compartilhada por Drable com um agradecimento: “Obrigado, presidente”.
Comitiva discutirá assunto no Rio
Uma comitiva formada por lideranças de Barra Mansa e de outros municípios da região vai ao Rio nesta quarta (22) para participar de uma reunião com o secretário estadual de Transportes, Delmo Pinho. O objetivo é apresentar argumentos contra a implantação de uma praça de pedágio em Barra Mansa, quando houver a nova concessão da Rodovia Presidente Dutra. O encontro deve ocorrer ás 13h30, na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
A concessão da NovaDutra vence em fevereiro de 2021, e até lá o processo de licitação precisa estar concluído. A realocação das praças de pedágio na região (a de Itatiaia seria extinta) é um dos itens do edital.
A CDL de Volta Redonda manifestou preocupação com o assunto. A entidade acredita que o pedágio vai onerar os moradores da região que passam diariamente pelo trecho de Itatiaia a Piraí, principalmente, os que se deslocam a trabalho ou para realizar compras nessas cidades, prejudicando ainda o turismo.
Nelson Gonçalves destaca necessidade de diálogo
O secretário municipal de Governo de Volta Redonda, Nelson Gonçalves, voltou a enfatizar a importância dos debates neste momento sobre a nova concessão da Dutra.
Nelson Gonçalves também foi contra a implantação de um pedágio em Barra Mansa, que segundo ele, vai dividir os polos metalmecânico e automotivo, além de dificultar a integração do turismo e educação.
— Nossa região e interligada por indústrias, escolas, universidades e empresas, que juntas garantem o desenvolvimento da nossa economia, por isso, não podemos permitir um pedágio em Barra Mansa — declarou.
O secretário também enfatizou a importância de se cobrar agora que as obras de duplicação da Serra das Araras tenham início nos primeiros três anos, após a nova concessão.
— Pelo edital, estas obras podem ter início entre três e seis anos, e elas na verdade já deveriam estar sendo realizadas por conta da importância dessa pista para todo o Sul do Estado — completou.
Questionamentos da CDL
Outro ponto questionado foi o edital deixar de fora o trecho da Baixada Fluminense e um prazo de 3 anos para iniciar as obras de duplicação da Serra das Araras. A inclusão do trecho da BR-101 também foi questionada.
Gilson, afirmou que a CDL apoia o movimento para reavaliar o edital, reforçando que a região tem muito a perder economicamente.
— Somos totalmente contra a construção de um pedágio em Barra Mansa, de mais espera pela duplicação da Serra e sem que haja duplicação da Baixada Fluminense, onde há um gargalo por conta do fluxo de veículos. Muitos de nós vamos ao Rio para resolver problemas, negócios, e sabemos como o trânsito na Baixada é complicado. Sem investimento ficaria ainda pior. Sem contar, que o edital também não prevê melhorias de pontos importantes no nosso trecho como dos acessos às cidades cortadas pela Via Dutra, entre eles, a ligação com a Rodovia do Contorno — disse.
Afirmou ainda que a CDL vai continuar acompanhando e apoiar as medidas que forem tomadas para evitar o descaso com a região.
Alexandre Serfiotis se coloca contra nova praça de pedágio
O deputado federal Alexandre Serfiotis (PSD) se posicionou contra a implantação de uma praça de pedágios em Barra Mansa, na Rodovia Presidente Dutra, durante audiência pública promovida pela ANTT para discutir a nova concessão prevista para março de 2021.
“A colocação de uma praça de pedágios em Barra Mansa pode atrapalhar o crescimento da região, uma vez que cortamos um trecho que é considerado o segundo maior polo automobilístico da América Latina e as pessoas se deslocam para trabalhar. Além disso, esse nem é o maior fluxo de pessoas que circulam pela Rodovia Presidente Dutra”, comentou o deputado durante sua fala na Audiência Pública que aconteceu na quarta-feira (15), no Rio de Janeiro.
Para Alexandre Serfiotis, só uma Audiência Pública não é suficiente para acolher as demandas do Sul Fluminense, nem esclarecer todas as suas dúvidas. “Precisamos ter ainda outras audiências, sei que o tempo é curto, mas entendo que é preciso mais diálogo para que o esclarecimento das dúvidas seja mais efetivo”, destacou o deputado reivindicando que seja realizada uma Audiência Pública na região Sul Fluminense.
Serfiotis está à frente de debates sobre a nova concessão da Dutra desde 2015, e em outubro de 2019 o parlamentar presidiu uma Reunião Ampliada, em Resende, para traçar prioridades relacionas à melhoria da mobilidade e acessibilidade da Via Dutra no trecho compreendido entre os municípios de Volta Redonda, Barra do Piraí, Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis e Resende. A reunião contou com representantes da sociedade civil, setores produtivos da área industrial, agrícola, e autoridades públicas.
“Serão feitos investimentos em nossa região como a nova pista de acesso de descida e subida da Serra das Araras. E também tivemos o anuncio de que a terceira faixa de Piraí à Itatiaia será feita, além da alça de acesso do viaduto do Acesso Oeste, em Resende, e o viaduto do polo industrial de Porto Real serão algumas das demandas atendidas”, comentou Serfiotis sobre alguns investimentos que a região Sul Fluminense irá receber, porém ele criticou o prazo longo para o início das obras. “A outorga tem que ser paga a partir do primeiro ano em obra. Não podemos mais esperar dez anos para realizar as obras”, concluiu.
Fonte: Diário do Vale