Mortes, tarifas de pedágio altas e duplicação são palavras que remetem a uma triste realidade e a necessidade urgente de atender a reivindicação não somente do Oeste do Paraná, mas de todo um Estado, e que dura mais de duas décadas.

A BR-277 há tempos está com a capacidade de tráfego esgotada, a promessa com a concessão da rodovia à iniciativa privada era de que a duplicação ocorresse de fato – no contrato inicial de concessão constava à cláusula – retirada no aditivo de 2004 e que está na Justiça. Até o momento o que se assiste são promessas.
A reportagem da Gazeta do Paraná fez um levantamento de dados sobre a atual situação da rodovia.

Em entrevista o diretor do DER (Departamento de Estradas e Rodagem) responsável pela cobrança e fiscalização das ações da concessionária Ecocataratas proprietária do trecho Guarapuava/Foz do Iguaçu, afirma que a duplicação do ‘corredor da morte’ já não atende mais ao fluxo de veículos que hoje trafegam.

Entretanto o diretor superintendente da Ecocataratas, Evandro Couto Vianna afirma que “estudos apontam que o trecho não tem quantidade de veículos suficientes” para que haja a necessidade de duplicação. O que todos os motoristas e sociedade em geral que utilizam a estrada sabem que é uma inverdade.

Alguns cálculos também foram feitos pela Gazeta para ter uma ideia do montante arrecadado pelo Estado e que deveriam ser destinados para a manutenção da via pública e conservação do meio ambiente.
Considerando a quantidade atual da frota 4.906.715 veículos em todo o Paraná, e se cada veículo pagasse (dados hipotéticos) R$ 300 em média por ano de IPVA e R$ 130 de licenciamento obrigatório, resultaria em uma arrecadação anual de R$ 1.472.014.500,00 e R$ 637.872.950,00, respectivamente, totalizando R$ 2.109.887.450,00 valor este que seria suficiente para arcar com a construção de uma nova rodovia em poucos anos.

Três empresas são responsáveis pela manutenção, restauração, atendimento e cobrança do pedágio. Em média passam diariamente pelas cinco praças de pedágio entre Guarapuava e Foz do Iguaçu cerca de 35 mil veículos, considerando que estes carros pagassem apenas uma tarifa, e no caso a menor, de R$ R$ 7,20, seriam arrecadados todos os dias cerca de R$ 252 mil, totalizando em um mês o montante de R$ 7.560.000,00 e em um ano R$ 90.720.000,00.

Diante da realidade com a qual a população se depara todos os dias alguns questionamentos se fazem necessários. A 277 atende a necessidade atual? A duplicação seria suficiente para resolver o problema do fluxo de veículos? Quanto o Oeste perde sem a duplicação? O valor do pedágio é condizente com as obras realizadas e os serviços oferecidos? Não seria o momento de se pensar em outra alternativa? Quanto custaria uma nova rodovia?