ATRASO E ACIDENTES: Buracos na BR-156, no Amapá, deixam a via quase que intransitável e com risco de acidentes. Fotos: Divulgação

Rodovia federal é o único acesso terrestre aos municípios de Laranjal e Vitória do Jari. Dnit diz que revestimentos primários iniciam em agosto

Sem asfalto e com obras inacabadas, motoristas que precisam utilizar o trecho da BR-156 que liga Macapá aos municípios de Laranjal e Vitória do Jari, no sul do Amapá, precisam enfrentar buracos e valas pelos mais de 200 quilômetros de estrada.

A tarefa não foi nada fácil para o servidor público Leandro Vieira, de 36 anos, que descobriu a situação precária da pista ao ir visitar a namorada em Vitória do Jari, no extremo sul do estado.

Vieira relata pegou a estrada em 21 de junho. Até chegar ao destino, ele conta que dirigiu a cerca de 30 quilômetros por hora e demorou mais de 8 horas para concluir a viagem.

“Quando cheguei em Laranjal do Jari conversei com um servidor do Ministério Público de lá que falou sentir pena de pacientes que precisam vir de ambulância para Macapá. São pessoas hospitalizadas que numa estrada dessa só prejudica a situação delas”, lamentou Vieira.

FISSURAS: Além das fissuras, as valas contribuem para o atraso das viagens entre Macapá e Laranjal do Jari.

As fissuras e valas perduram até a chegada em Laranjal do Jari, a 265 quilômetros de Macapá. O servidor público ainda lembra que durante o caminho chegou a ver três placas indicando obras na rodovia com término previsto para março, mas em nenhum momento avistou trabalhadores.

“Cheguei a ver placas de obras, mas nenhuma máquina e trabalhador por onde passei. Sou de Belo Horizonte e nunca tinha visto uma estrada tão ruim desse jeito”, admitiu o servidor público.

Em nota, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) explicou que empresas responsáveis pelos reparos estão em atividade na estrada, no entanto, fazendo apenas serviços de nivelamento de plataforma em pontos específicos.

Operação Pedágio

Na quinta-feira (27), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Pedágio, que desarticulou um esquema de corrupção nas obras do DNIT. Fábio Vilarinho, ex-superintendente do órgão, e Odnaldo de Jesus Oliveira, que assumiu a unidade este ano, foram presos.

As obras de revestimentos primários no trecho sul da BR-156 devem acontecer no início de agosto, após cessar o período de chuvas no Amapá, de acordo com o Dnit.

Parceria

Em 2017, foi assinado convênio onde a pavimentação da pista seria realizada numa parceria entre o DNIT, Exército Brasileiro e Governo do Amapá. A estrada foi dividida em quatro lotes, sendo dois de responsabilidade do Executivo estadual. Até o momento, nenhum serviço de asfaltamento foi iniciado.