PERIGO NA VIA: 'Cavalinhos' 0km da Mercedes-Benz são flagrados na Via Anchieta em excesso de velocidade colocando em risco a segurança dos usuários. Isso pode? Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Flagrante foi feito recentemente por um seguidor do portal Estradas, no qual mostra os riscos de possíveis acidentes

Depois da matéria em que alertamos a forma perigosa como algumas montadoras estão transportando caminhões novos no Brasil, recebemos numerosas manifestações e denúncias.

Um dos seguidores, que passa diariamente na Via Anchieta (SP-150) na região de São Bernardo (SP), registrou em vídeo com caminhões 0km da Mercedes-Benz, os chamados ‘cavalinhos’, andando a 110km/h em comboio. Segundo informou, essa situação ocorre regularmente e os caminhões saem da fábrica, cujo acesso está próximo do km 16 da rodovia.

Passo todo dia no trecho e cansei de levar susto por causa desses caras. Sei que não deveria filmar enquanto dirijo, mas é revoltante ver como isso ocorre regularmente e a montadora e a polícia rodoviária nada fazem”, explicou o usuário, que preferiu não se identificar.

Ele enviou vários vídeos, inclusive um deles em que é possível ouvir uma pedra que atinge o para-brisa do seu veículo, exatamente pela falta de proteção adequada no cavalinho da Mercedes-Benz.

As imagens mostram que não só isso ocorre como não são atitudes isoladas mas corriqueiras. É possível ver três ‘cavalinhos’ da Mercedes-Benz seguindo bem próximos na Via Anchieta (SP-150), na altura da fábrica, em São Bernardo do Campo (SP). Todos em excesso de velocidade, sem placa e proteção na traseira.

O Estradas entrou em contato com a montadora questionando sobre essa prática de motoristas, que seguramente a empresa sabe quem são, trafegando pela via em excesso de velocidade. Isto foi na terça-feira (6), mas até o fechamento desta matéria nesta quinta-feira (8), a empresa não respondeu.

Também entramos em contato com a Polícia Militar Rodoviária do Estado de São Paulo (PMRv-SP), mais precisamente com o Batalhão Rodoviário, e não recebemos nenhum retorno, até a publicação desta matéria, sobre porque essa prática ocorre regularmente e, aparentemente, não tem sido punida. Afinal, as imagens revelam absoluta certeza que os condutores têm sobre a impunidade; até por estarem sem placa e não serem detectados pelos radares.

A página do Facebook do Estradas tem manifestação de várias pessoas que criticaram a forma como esses motoristas dirigem nas rodovias. Alguns alegam que nunca viram eles andando em excesso de velocidade.

No vídeo, retiramos o som para não prejudicar o condutor que poderia ser identificado nas mídias sociais. Reprovamos sua postura de filmar enquanto dirige, mas ele deu uma resposta difícil das autoridades contestarem: “Está cheio de gente filmando e postando na internet imagens dirigindo a mais de 200km/h, inclusive vi matérias na televisão, então não sou eu o mau exemplo. Apenas filmei para mostrar que esses caras colocam vidas em risco sem cerimônia e a Mercedes sabe bem disso porque seus funcionários passam diariamente no trecho.

Veja a matéria mais recente sobre o tema “O transporte perigoso de caminhões novos” revelando a postura de algumas montadoras e os riscos envolvidos com o transporte de caminhões novos por meio de motoristas. Enquanto isso, as mesmas empresas adotam na Europa, onde têm sede, o transporte em caminhões-prancha.

Na manhã desta sexta-feira (9), a Mercedes-Benz, por meio de sua assessoria de imprensa, manifestou-se a respeito do assunto. Veja a resposta na íntegra:

A Mercedes-Benz do Brasil preza pela segurança de todos envolvidos no ecossistema do transporte, que estejam dentro ou fora de seus veículos. É parte da nossa responsabilidade social e de nosso propósito atuar para todos que movem o mundo. Não só lamentamos o ocorrido, como já tomamos uma atitude e notificamos os prestadores deste serviço de transporte para que este tipo de comportamento inseguro não se repita. Agradecemos o Portal Estradas por nos trazer, em tempo real, a situação e vamos continuar trabalhando para que outros incidentes não ocorram.”

O espaço continua disponível para que a Polícia Militar Rodoviária de São Paulo esclareça essa situação absurda.