Líder dos caminhoneiros pede que colaborem com o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito

Em tempo de Coronavírus, presidente, ministros, governadores, políticos, todos lembram dos caminhoneiros. Querem de fato ajudar a categoria? Então acabem com a exploração. A Lei 13.103/15 prevê no seu art.235-D que dois motoristas podem revezar ao volante por 72h e é considerado descanso dormir no veículo em movimento. Naturalmente deitado no leito atrás do volante em que o colega dormiu, sem nenhuma higienização e sequer cinto de segurança. Essa aberração não foi objeto de nenhuma modificação no PL 3267/19 levado ao Congresso pelo Presidente da República e o Ministro da Infraestrutura.

Grandes empresas e multinacionais estão exigindo há anos viagens com dois motoristas das transportadoras para garantir que a carga chegue mais rápida. Além do risco de contaminação, é uma condição análoga a de escravo, representa grande risco de acidente, seja pela falta do cinto, como pela fadiga, já que ninguém consegue dormir e se recuperar dessa forma. A cabine já é pequena para uma pessoa, quanto mais dois motoristas. Diz a lei:

§ 5º Nos casos em que o empregador adotar 2 (dois) motoristas trabalhando no mesmo veículo, o tempo de repouso poderá ser feito com o veículo em movimento, assegurado o repouso mínimo de 6 (seis) horas consecutivas fora do veículo em alojamento externo ou, se na cabine leito, com o veículo estacionado, a cada 72 (setenta e duas) horas.

Como descansar num veículo em movimento com freadas, barulho de motor e tensão?

Portanto, onde está o Governo Federal e o Congresso para acabar com esse crime? Por que não fazem nada? Por que o Ministério da Saúde não impede esse tipo de operação? Isto serve apenas para quem explora essa mão de obra. Ainda tiram emprego de motoristas que precisam trabalhar e não aceitam essas condições desumanas. Eles são simplesmente demitidos. E isso ocorre nos ônibus de linhas longas também. É preciso proibir essa prática.

 

 

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