Propostas: baratear os pedágios, criar novas rotas e

modernizar o porto de Santos e as ferrovias

Os seis candidatos ao governo do Estado que participaram

desta quarta rodada de entrevistas do BOM DIA sobre temas

importantes para o São Paulo prometem investir pesado no

setor de transportes, seja nas rodovias, ferrovias, fluvial

e marítimo.

Desta vez, dez candidatos deixaram de responder o

questionário dentro do prazo estipulado pelo jornal. Entre

eles, o líder nas pesquisas, o tucano José Serra, que deixou

de participar pela terceira vez consecutiva (veja texto

abaixo).

Aloizio Mercadante (PT) destacou o aumento exagerado na

tarifas dos pedágios, com crescimento, entre 1994 e 2005, de

716%, segundo ele. “As melhores rodovias foram as

concedidas. O processo de concessão de rodovias poderia ter

sido diferente e não onerar tanto o usuário”, afirmou.

“Nossa proposta é apresentar uma nova fórmula de reajuste de

tarifa que vai levar em conta bens rodoviários e o

investimento. Somos favoráveis ao pagamento por quilômetro

corrido.”

Já o candidado do PMDB, Orestes Quércia, promete respeitar

todos os contratos já firmados, mas a “cada renovação,

defender o interesse do povo”. Ele comentou que o cidadão já

paga pelas estradas através dos impostos e que isso deve

“ser levado em conta”.

Carlos Apolinário (PDT) planeja rever todos os contratos,

informando que a revisão desses documentos está prevista no

Código Civil Brasileiro.

“Os valores dos pedágios são elevados e não existem rotas

alternativas para que os motoristas não precisem pagar.”

Ainda segundo o candidato, as rodovias que não foram

privatizadas estão “com buracos e calombos, uma calamidade”.

Cumprir os contratos já assinados, mas construir rotas

alternativas para que os motoristas tenham a opção de

“fugir” dos pedágios é a proposta do candidato Roberto Sarli

Júnior (PAN). “A idéia é ter uma marginal em paralelo às

estradas que tenham pedágio.”

Já Cláudio de Mauro (PV) promete se esforçar para renegociar

os contratos com as concessionárias para buscar preços mais

baixos. “Pagamos o IPVA e os pedágios, que têm preços mais

elevados do que os conhecidos em países desenvolvidos”,

disse. “Esse modelo tem de ser revisto e democratizado”,

prosseguiu.

O candidato do PSB, Mário Guide, se restringiu a dizer que é

possível renegociar alguns contratos de pedágios, mas não

explicou como isso seria feito. O socialista também não

disse se pretende fazê-lo, caso consiga se eleger.

José Serra deixa de responder
Apesar da insistência do BOM DIA com a assessoria de

imprensa do candidato José Serra (PSDB), ele não respondeu

ao questionário enviado pela redação do jornal. Na

sexta-feira, o jornal foi informado oficialmente que Serra

não participaria pela terceira vez.

Ainda ficaram de fora: Pedro Luiz Viviani (PMN), Ruy Renato

Reichmann (Prona), Tarcisio Roberto Foglio (PSC), Alfredo

Martins Correia (PTN), Plínio Soares de Arruda Sampaio

(PSOL), Anaí Caproni Pinto (PCO), Éder Xavier (PTC), Antônio

da Cunha Lima (PSDC) e Roberto Siqueira Gomes (PSL).

Porto de Santos também é citado
Mercadante promete buscar ajuda do governo federal para

tornar o porto de Santos “um dos melhores do mundo”. “Vamos

implantar o Ferroanel e buscar reativar ramais ferroviários

que estão abandonados.”

Quércia quer passar a administração do porto para o governo

estadual — ele é administrado pela União. “Vamos melhorar a

dragagem do canal, fazer melhorias das vias de acesso e

aprimorar os serviços de embarque.” Ele também pretende

modernizar a Fepasa e construir o Ferroanel.

Apolinário disse que irá concluir o Ferroanel e investir no

transporte de passageiros pelas ferrovias na região

metropolitana de São Paulo.

Sarli Júnior disse que irá investir na área portuária e

triplicar os trechos ferroviários do Estado.

Mauro quer reativar as ferrovias para transportar

passageiros e cargas, além de investir no porto de Santos.

Guide disse que buscará uma gestão compartilhada para

administrar o porto e investirá nas ferrovias.

Duplicar a Raposo Tavares
Os candidatos a governador entrevistados pelo BOM DIA

prometem duplicar o trecho da Raposo Tavares entre Araçoiaba

da Serra e Ourinhos. Mas nenhum dos candidatos informou em

quanto tempo fará essa duplicação.

O concorrente pelo PT, Aloizio Mercadante, disse que a

rodovia é essencial ao escoamento da produção industrial e

agrícola de uma região muito vasta. “Estudaremos com

bastante seriedade a inclusão desse trecho no nosso programa

de duplicação de rodovias”, afirmou.

Carlos Apolinário, candidato pelo PDT, disse que, se é para

privatizar, a empresa que faça parceria e invista dinheiro

dela para duplicar a rodovia. “Se o Estado duplica, não pode

transferir esse investimento para o bolso de empresários

espertalhões”, afirmou ao BOM DIA.

O candidato pelo PSB, Mário Guide, afirmou apenas que é uma

obra importante, faz parte do programa de governo do PSB.

“Não poderia adiantar o tempo, pois teria que examinar o

processo e as condições orçamentárias reais”.

Para o candidato a governador pelo PMDB, Orestes Quércia, a

promessa é que todos os 654 quilômetros da Raposo Tavares

serão duplicados. “Essa foi uma marca do meu primeiro

governo, pois dupliquei a Dom Pedro I, Santos Dumont,

Washington Luiz, Marechal Rondon, Manuel da Nóbrega, Faria

Lima e a Anhanguera, de Ribeirão Preto a Igarapava”,

afirmou.

Já o candidato pelo PAN, Sarli Júnior, disse que

primeiramente terá que cumprir o orçamento já elaborado e

nos demais anos de meu mandato farei tudo o que for possível

para melhorar as rodovias desse Estado. “Esse trecho é um

dos mais perigosos que temos no nosso Estado e será

prioridade na sua duplicação”, afirmou.