As principais concessionárias de rodovias no Brasil devem participar dos leilões dos aeroportos brasileiros. CCR, OHL e Triunfo já anunciaram formalmente que estão estudando disputar os aeroportos de Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, assim como o de Brasília, que devem ser licitados entre o final deste ano e o início do próximo ano.

No final de outubro, a OHL, que administra estradas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná, anunciou que firmou um memorando de entendimentos com a Aena Desarrollo Internacional. O objetivo é formar um consórcio para participar das disputas. As duas empresas terão participação igualitária na sociedade, que ainda poderá receber novos integrantes.

A Aena Internacional faz parte do Grupo Aena, um dos maiores operadores aeroportuários do mundo em número de passageiros. Atualmente, administra 47 aeroportos e dois heliportos na Espanha, além de participar, direta e indiretamente, da administração de outros 27 aeroportos.

Um mês antes, no fim de setembro, foi a vez de a EcoRodovias anunciar uma parceria com a alemã Fraport com o mesmo objetivo. A Fraport administra o aeroporto de Frankfurt, que é um dos maiores do mundo considerando o tráfego de passageiros e a movimentação de cargas. Além disso, administra outros 13 aeroportos fora da Alemanha.

A EcoRodovias administra rodovias em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul. Possui ainda um braço de logística, a Elog. Atualmente, cerca de 70% da receita da EcoRodovias vem da cobrança do pedágio nas cinco concessões rodoviárias que possui e 14% correspondem aos serviços relacionados a logística. O objetivo da empresa, porém, é que nos próximos anos essas duas fontes de receita se tornem equivalentes. Daí o interesse nos leilões de aeroportos.

A CCR deve anunciar nos próximos meses se de fato terá interesse em participar do setor aeroportuário ou não. Isso porque os acionistas controladores da CCR, a Andrade Gutierrez e a Camargo Corrêa, já atuam na administração de aeroportos no exterior e têm interesse no setor no Brasil. Por isso, no final de agosto, a CCR anunciou que contratou um comitê independente para avaliar a compra dos aeroportos internacionais de Quito, no Equador, de San Jose, na Costa Rica, e de Curaçau, no Caribe, que pertencem à Andrade Gutierrez e à Camargo Corrêa.