
Diariamente, milhares de veículos 0km são transportados no Brasil. Em 2023, foram mais de 1 milhão de “sonhos” entregues em todo o país
De acordo com o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Cegonheiros (Sinaceg), Douglas Santos Silva, existem muitos aspectos neste tipo de transporte que as pessoas desconhecem
Segundo ele, o Sinaceg preza pela boa prestação de serviço com segurança. “Todos os veículos são transportados como se fossem bebês. Até por isso o nome da categoria, cegonha“, frisa.
Silva lembra que quem está comprando um veículo novo, jamais quer recebê-lo arranhado, amassado. “Por conta disso, o Sinaceg tem uma série de fatores que faz com que o transporte seja feito com muita segurança“, diz.
Além disso, outro ponto importante é quanto ao controle da jornada de trabalho dos nossos motoristas, como determina a lei. “Temos o controle de velocidade, como também determina a lei. A gente também não aceita excesso de velocidade“, esclarece Silva.
Restrições
Por ser uma categoria que só transporta veículos novos, a Sinaceg tem algumas restrições, às vezes, como por exemplo, em datas comemorativas. “Nós respeitamos tudo isso para que seja transportado com maior segurança, e com isso, tenhamos o respeito perante toda a categoria do transporte“, reforça.
“Assim como os carros de passeio, os caminhões também são transportados com muito cuidado, para que esses caminhões cheguem realmente zero quilômetro para os seus proprietários“, explica Silva.
Segundo vice-presidente, outra modalidade de transporte de caminhões é rodando. “Às vezes, a pessoa está recebendo um caminhão novo, mas já com 3 mil, 4 mil quilômetros rodados, o que pode, em alguns casos, apresentar um pneu cortado, um para-brisa trincado. Diante disso, não pode ser considerado um veículo zero quilômetro“, pontua.
Contratação de empresa
Douglas Silva aconselha que quem quiser fazer um transporte de forma correta e segura, deve procurar uma empresa mais próxima de seu local de transporte. “Deve-se verificar a idoneidade da empresa de logística que será contratada, porque existem várias empresas muito respeitadas em nosso país“, diz.
Ainda de acordo com o vice-presidente, uma boa dica é verificar quantos anos a empresa tem no mercado de transporte. “Temos empresas brasileiras com mais de meio século, então é bom sempre estar consultando esses detalhes“, ressalta.
Cuidados diários
Segundo Silva, além do que já foi comentado, há uma atenção especial do Sinaceg, para evitar danos aos veículos, que é a constante preparação dos motoristas. “Os motoristas cegonheiros passam por cursos periodicamente, e os equipamentos recebem manutenção constantemente, evitando danos quanto à quebra do veículo e, principalmente, respeitando todas as regras e as leis existentes, como carga horária, descanso do motorista, exame toxicológico. Tudo isso é muito importante para que as cargas sejam entregues sem danos“, frisa.
Outro fator observado, segundo o vice-presidente, é quanto à fixação dos veículos na carreta. “Eles são ancorados com quatro cintas de amarração, certificadas com ISO, e amarrados de forma para que não se movimentem na carreta. O motorista tem todo o cuidado necessário na hora de manusear a carreta na carga e descarga.”

De acordo com Silva, o principal obstáculo para o motorista cegonheiro é a altura. “O trajeto feito tem uma atenção especial pois o motorista sempre encontra fios, placas de sinalização, árvores etc. Todo cuidado é pouco, devido à altura da carga, que tem autorização para trafegar com até 4,95 metros de altura. Quando a carreta passa embaixo de qualquer obstáculo, pode avariar o carro, chegando à perda total do veículo. Daí, o máximo de cuidado“, explica.

Dentro de lei
Silve esclarece que, no ramo dos cegonheiros, tudo o que a lei exige, é cumprido. “Aqui no Sinaceg, existe um projeto denominado, entre nós, como ‘Projeto Vida’, que prevê o cumprimento da jornada de trabalho, do descanso, limite de velocidade, exame toxicológico. Quando o motorista infringe esse projeto, ao chegar da entrega, ele tem uma punição, e só após cumprir a punição, ele volta ao trabalho.”
Hoje, os cegonheiros utilizam dois tipos de cavalo-mecânico, de todas as marcas, que são o 4×2 e o 6×2. Já quanto à calibração dos pneus dos caminhões-cegonhas, Silva esclarece que são calibrados, em média, com 110 libras.
Cursos periódicos
Finalizando, o vice-presidente explica que os cegonheiros fazem, periodicamente, cursos de direção defensiva, e passam por uma integração antes de iniciarem o trabalho em uma cegonha. “A integração envolve a prática de carga e descarga, e todos os cuidados que têm que ter com a questão do setor, principalmente, os que dizem respeito à altura, para evitar avarias nos veículos.”
Leia também:
Sindicato dos cegonheiros faz poda de árvores que aumenta a segurança nas rodovias