Um relatório preliminar de uma auditoria que o Tribunal de Contas da União (TCU) está fazendo nas obras da concessionária Concer, que administra a BR 040 (Rio-Juiz de Fora) aponta para indícios de superfaturamento na obra da subida da Serra de Petrópolis de cerca de R$ 400 milhões. Além do sobre preço, há suspeita de ineficiência na execução do trabalho. O caso da Concer é apenas a ponta de um iceberg de irregularidades e favorecimentos a concessionárias de estradas no Brasil que vem sendo denunciado pelo deputado federal Hugo Leal (PSB-RJ). Ele preside uma comissão externa que foi criada na Câmara Federal para acompanhar as concessões. Além da Concer, Hugo vê sérios problemas nos contratos da Nova Dutra e CRT, responsável pela estrada Rio x Teresópolis x Além Paraíba.

“Estamos falando de grupos integrados por empresas famosas por envolvimento em escândalos como a Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão. Os lucros líquidos são estratosféricos, chegando a R$ 154 milhões no ano passado, no caso da Nova Dutra, R$ 127 milhões para a Concer e R$ 31 milhões no caso da CRT. A taxa de retorno nesses contratos varia de 18% a 24%. Todas essas estradas cobram pedágio caríssimo e invariavelmente não investem na melhoria do serviço prestado. Em muitos trechos as estradas estão esburacadas, perigosas e mal sinalizadas”, informa o deputado, através de sua Assessoria. “Mesmo assim, a Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) e a Agetransp – as duas agências reguladoras das concessões, em nível nacional e estadual – não pensa duas vezes antes de recomendar a prorrogação automática dos atuais contratos sob o argumento de que o contrario disso seria mais aumento de pedágio. É contra essas prorrogações que o deputado Hugo Leal vem lutando”, completa o texto.

O deputado cita como exemplo benéfico de uma nova licitação para a administração de uma estrada o caso da Ponte Rio-Niterói. Após a concorrência, o pedágio ficou mais barato, os serviços melhoraram e não foi necessário aporte milionário por parte do poder público.

Fonte: O Diário