A DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S.A. realiza no dia 09 de novembro o primeiro painel internacional de discussão técnica do Projeto Prestes Maia, para a travessia seca entre os municípios de Santos e Guarujá. O objetivo do seminário é apresentar ao público como foi feito o estudo de demanda na região, todos os fatores que levaram à escolha do túnel imerso e as características desta tecnologia que será empregada na ligação seca.

O assessor de Planejamento de Transportes da Secretaria de Logística e Transportes, Milton Xavier, abrirá o seminário às 10 horas com o tema “Contextualização do projeto e estudo de demanda”, mostrando a pesquisa que concluiu o posicionamento da travessia. Outros temas serão abordados no evento por representantes da Universidade de São Paulo (USP), setor portuário, Petrobras e da DERSA.

Os expositores holandeses Anton Driesse, gerente de Projeto da TEC/Royal Haskoning (consultoria holandesa presente em 17 países); e Martijn Smitt, diretor gerente da Strukton/Mergor (construtora holandesa especializada em túneis imersos); abordarão os seguintes temas: “Princípios, Vantagens e Flexibilidade da Tecnologia de Túneis Imersos” e “Transporte, Posicionamento e Afundamento dos Módulos Pré-Fabricados”, respectivamente. A apresentação dos palestrantes das empresas holandesas terá tradução simultânea.

O seminário começa às 9 horas e tem previsão de término às 18 horas. Os interessados podem se inscrever pelo email [email protected]. A inscrição é gratuita, com limite de vaga para 250 pessoas. Informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3702-8066.

Programação

Data: 09 de novembro de 2011
Horário: das 9 às 18 horas
Local: IPT – Auditório Adriano Marchini – Av. Prof. Almeida Prado, 532-Cidade Universitária (Portaria Prédio 1) – estacionamento no local

09:00 – Credenciamento e welcome coffee
09:30 – Cerimônia de abertura
10:00 – Contextualização do Projeto e Estudo de Demanda
Milton Xavier – Assessor Planejamento de Transportes da Secretaria de Logística e Transportes
11:00 – Intervalo
11:20 – Desenvolvimento do Porto de Santos
José Roberto Carreira Serra – Presidente da CODESP (Companhia Docas do Estado de São Paulo)
11:40 – Compensações Ambientais na Paisagem
Ruy Ohtake – Arquiteto e Urbanista
12:00 – Desenvolvimento e Demanda
Kazuioshi Minami – Gerente de Exploração de Produção da Petrobras
12:30 – Intervalo para almoço
14:00 – Apresentação do Projeto de Túnel Imerso
Antonio Cavagliano – Gerente Divisão de Projetos da DERSA
14:40 – Aspectos Geotécnicos e Construtivos de Túneis Imersos
Roberto Kochen – Prof. Dr. de Departamento de Estruturas e Fundações da Escola Politécnica da USP e Diretor Técnico da Geocompany Tecnologia
15:10 – Travessias Urbanas de Curta Extensão – Impactos de Diferentes Tipos de Obra
Tarcísio Celestino – Prof. Dr. do Departamento de Geotecnica da Escola de Engenharia de São Paulo – USP
15:40 – Coffe Break
16:00 – Princípios, Vantagens e Flexibilidade da Tecnologia de Túneis Imersos
Anton Driesse – Gerente de Projeto da TEC/Royal Haskoning (consultora holandesa presente em 17 países)
16:30 – Transporte, Posicionamento e Afundamento dos Módulos Pré Fabricados
Martijn Smitt – Diretor Gerente da Strukton/Mergor (consultora holandesa especializada em túneis imersos)
17:00 – Sessão de Perguntas
Túnel Santos/Guarujá
A decisão de implantar um túnel imerso, ligando Santos a Guarujá, foi tomada pelo Governo do Estado de São Paulo, após a realização de um amplo estudo técnico da DERSA. Batizado de ?Projeto Prestes Maia?, entre fevereiro e agosto de 2011, o estudo avaliou as características das demandas locais e regionais de tráfego, bem como alternativas construtivas para a transposição e suas respectivas relações de custos.

O futuro túnel ligará os bairros de Outeirinhos, em Santos, a Vicente de Carvalho, no Guarujá, e permitirá, na sua inauguração, o tráfego de automóveis, caminhões, pedestres e ciclistas. A solução também será compatível com o sistema de VLT (veículo leve sobre trilhos) que será implantada na Baixada Santista.

A decisão pela solução do túnel imerso foi anunciada em agosto último e, neste momento, a DERSA dá andamento aos estudos que subsidiarão a contratação e confecção do projeto executivo do empreendimento. A conclusão da obra é prevista para março de 2016 e o custo de implantação estimado em R$ 1,3 bilhão.

Os túneis imersos constituem uma alternativa interessante para a transposição secas de canais navegáveis, pois evitam as limitações de altura que surgem sempre que se opta pela construção de uma ponte.

As principais vantagens dos túneis imersos sobre os túneis tradicionais (escavados) estão no custo de implantação (mais baixo) e na diminuição da extensão, profundidade e rampas de acesso. Estes túneis são semelhantes a grandes tubos apoiados sobre o fundo do canal. São compostos por várias “peças” (perfis de concreto ou de aço) que são construídas fora da água (em uma doca seca) e que, depois de prontas, são seladas e rebocadas flutuando até o local definitivo do túnel, onde são finalmente afundadas.

Embaixo d água, os perfis são conectados um a um e, depois, travados, de forma a garantir sua estanqueidade. Após a ligação de todos os segmentos (“peças”), o túnel é esgotado e a obra é finalizada, com a liberação para o tráfego (que pode ser de veículos, caminhões, trens, pedestres ou ciclistas).

A primeira passagem de tráfego, que utilizou o método de túnel imerso, foi construída em 1910, para permitir a passagem da Ferrovia Central de Michigan (Michigan Central Railroad) sob o Rio Detroit, nos Estados Unidos. Embora ainda inédita no Brasil, foram catalogados mais de 150 túneis imersos atualmente em operação pelo mundo.