O custo dos acidentes nas estradas brasileiras
Negligência e imprudência cobram 1,35 milhão de vidas no trânsito todos os anos e deixam pelo menos 20 milhões de feridos pelo mundo, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Somente no Brasil, a cada meia hora, uma pessoa morreu em estradas federais no primeiro semestre deste ano, de acordo com as estatísticas da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Comportamentos imprudentes e automáticos, como o uso do celular ao volante, multiplicam por quatro as chances de o motorista se envolver em um acidente. Já uma atitude intencional, como dirigir além do limite de velocidade permitido na via, não exige muito para trazer consequências mórbidas. A Opas calcula que simplesmente passar de 50 km/h para 65 km/h faz o risco de provocar uma morte subir 4,5 vezes.
E o abuso não para de crescer. No ano passado, somente as três infrações mais frequentes, todas ligadas ao excesso de velocidade, cresceram 24,2%, gerando R$ 11,3 bilhões em multas, de acordo com o Ministério da Infraestrutura. Esses dados indicam o quanto o comportamento do motorista aumenta o risco de acidentes.
O preço dessa atitude nunca é pago somente pelo infrator. Levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) revela que, em dez anos, os acidentes de trânsito geraram um custo direto de R$ 3 bilhões para o Sistema Único de Saúde em hospitalizações e tratamentos das vítimas. Somente em Minas Gerais, as 192.292 internações nesse período geraram uma despesa de R$ 413 milhões.
Com as propostas de eliminação dos radares e a suspensão dos equipamentos móveis – que, por sua mobilidade e pela incerteza de onde estará operando, forçam a moderação do comportamento infrator –, multiplica-se a responsabilidade individual dos motoristas. É essencial promover a mudança dessa cultura e conscientizar que cabe cada vez mais a quem está com as mãos no volante a missão de evitar que as rodovias e ruas brasileiras continuem a ser verdadeiras trilhas de mortes.
Fonte: O Tempo
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