EXPERIMENTO: Parceria entre o Dnit e a Universidade de Brasília permite monitorar três segmento das rodovias BR-135, BR-235 e BR-316 para aperfeiçoamento do software MeDiNa. Foto: Divulgação

De acordo com a Autarquia, acompanhamento será por meio do Instituto de Pesquisas em Transportes (IPR) com participação da Universidade de Brasília (UnB)

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), está monitorando três segmentos experimentais para avaliação do comportamento do pavimento das rodovias nos estados do Piauí (BR-316), Bahia (BR-235) e Maranhão (BR-135).

Segundo a Autarquia, em fase de implementação, esses trechos são acompanhados com o objetivo de aperfeiçoar a calibração do software MeDiNa, no âmbito do Pro-MeDiNa, programa de monitoramento dos segmentos experimentais.

Ainda de acordo com o Dnit, o acompanhamento ocorre por meio do Instituto de Pesquisas em Transportes (IPR) e conta com o apoio das Superintendências Regionais da Autarquia. O trabalho também tem a participação da equipe de pesquisadores da UnB, com a qual o Dnit firmou o Termo de Execução Descentralizada – TED nº 352/2020, que tem como um de seus objetivos o “aprimoramento e consolidação do método mecanístico-empírico de dimensionamento para pavimentos rodoviários flexíveis (MeDiNa) e estudos complementares com geossintéticos”.

Trecho Experimental BR-135/MA

Trecho experimental BR-135, no Maranhão

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Trecho experimental BR-316, no Piauí

Além de Piauí, Bahia e Maranhão, há trechos experimentais sendo construídos em todo o território nacional e constituem de alterações no projeto original, de forma que apresentem desempenhos diferenciados, permitindo a obtenção de parâmetros para a calibração do MeDiNa, no curto prazo. Cada trecho é subdividido em pequenos segmentos, de até 100 metros, com soluções diferentes entre si, as quais são definidas em conjunto com pesquisadores da UnB.

Ao modificar as espessuras das camadas, espera-se que os principais defeitos avaliados pelo MeDiNa – área trincada e afundamento de trilha de roda – apareçam num menor tempo, em razão de a solução projetada contar com um número N admissível inferior ao da solução original de projeto.

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Avaliação da bacia de deflexão (DNIT-ME 024/94)

Durante a construção dos trechos, as camadas do pavimento passam por um rígido controle e acompanhamento, quando são avaliadas as respectivas bacias deflectométricas com a Viga Benkelman e FWD, este último no caso da camada de revestimento. Além disso, os materiais das camadas são coletados e posteriormente enviados ao laboratório para realização de ensaios, destacando-se os de módulo de resiliência e deformação permanente, os quais são fundamentais para avaliação do comportamento mecânico do pavimento.

Além da coleta de materiais e avaliações das bacias de deflexão, no caso de camadas já finalizadas e devidamente compactadas, têm sido realizados ensaios para determinação do grau de compactação, com o frasco de areia (DNER-ME 092/94), e do teor de umidade, com emprego do “Speedy” (DNER-ME 052/94).

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Determinação de grau de compactação (DNER-ME 092/94)

Juntamente com os equipamentos e instrumentos convencionais, estão sendo utilizados equipamentos para a obtenção indireta (ensaios não destrutivos) de parâmetros dos materiais. Um exemplo é o GeoGauge, que busca estimar a rigidez da camada do pavimento, obtendo o módulo de resiliência da camada in situ. Tem apresentado repetibilidade e reprodutibilidade adequados.

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Geogauge utilizado nos trechos experimentais do PRO-MeDiNa

É esperado que que os principais resultados sejam obtidos em até dois anos de serviço de cada trecho. Dessa forma, os dados dos trechos já em construção, junto aos demais trechos experimentais previstos, balizarão a calibração do programa MeDiNa, de forma que ele possa, cada vez mais, alinhar sua previsão de danos à realidade das rodovias brasileiras.

Fonte: Ascom do Dnit