De acordo com o Órgão*, cerca de 55 mil quilômetros serão avaliados com equipamentos especiais
(*) Matéria atualizada às 17h15
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) assina nesta quinta-feira (23) os contratos para realização dos levantamentos necessários à avaliação das condições de toda a malha pavimentada sob sua responsabilidade.
De acordo com o Dnit, a assinatura conclui o processo licitatório, cujo edital especificou como objeto a prestação de Serviços Técnicos Especializados para Levantamentos de Dados e Caracterização Funcional e Estrutural de Rodovias Federais.
Ainda de acordo com o Dnit, o serviço inclui o levantamento e a caracterização de cerca de 55 mil quilômetros de rodovias federais, realizados com equipamentos especiais em ambiente sujeito a condições adversas, com a utilização do Veículo de Diagnósticos de Rodovias – VDR. Tal levantamento conferiu ao Dnit, em 2015, o prêmio na 19° edição do Concurso Inovação, patrocinado pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap).
De acordo com o Dnit, as atividades serão divididas em quatro lotes distintos e abrangerão todo o país, compreendendo as Atividades de Campo e Atividades em Escritório, visando a composição de Banco de Dados Técnicos para suporte ao Sistema da Gerência de Pavimentos – SGP da Autarquia.
Este levantamento atende, também, às especificações da metodologia iRAP, permitindo ao Dnit fazer uso da metodologia, que é aplicada em cerca de 100 países e aprovada pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e pelo Banco Mundial, para fins de priorização de intervenções que irão proporcionar melhorias na segurança viária.
“É uma das maiores aplicações da metodologia iRAP (International Road Assessment Programme) no mundo”, destaca o diretor de Planejamento e Pesquisa do Dnit, Luiz Guilherme Rodrigues de Mello. Conforme explica, este é um importante instrumento de gestão, que além de indicar onde é necessário atuar para aumentar a segurança das vias, levanta os custos da intervenção.
De acordo com a metodologia iRAP, após o levantamento, as imagens passam por um processo de codificação para, em seguida, ser elaborado um plano de investimentos para implementação das soluções propostas, tendo como base propostas de contramedidas para correção dos pontos sensíveis identificados.
A codificação do IRAP e a elaboração do plano de investimentos será objeto de outra contratação do Dnit, com previsão de publicação de edital no segundo semestre de 2020.
É mesmo necessário?
Diante do atual cenário no Brasil, será que é o momento de fazer tal investimento? As unidades regionais do Dnit, espalhadas em mais de uma centena de cidades por todo o país, não têm essas informações? Será que a PRF Brasil não repassa essas informações para o DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
O que parece, salvo engano, é que o Dnit irá pesquisar o que já está pesquisado. Será que não poderiam fazer um convênio com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), que realiza pesquisa do gênero todos os anos, e usar as informações pertinentes aos trechos do Dnit?
O Brasil já está gastando tanto com o coronavirus, será que realmente precisa gastar em mais um levantamento quando já há informações de fontes oficiais, sem contar os próprios usuários? Com a palavra, o Ministério da Infraestrutura e o ministro Tarcísio Gomes de Freitas.
Às 17h10, a assessoria de imprensa do Dnit respondeu aos questionamentos. Veja abaixo:
Estradas: Diante do atual cenário no Brasil, será que é o momento de fazer tal investimento?
Dnit: Sim, o investimento que será realizado é fundamental para que o DNIT tenha informações importantes da condição do pavimento das rodovias federais. Tais dados são utilizados para avaliar a necessidade de manutenção desses ativos ao longo dos anos com base em decisões técnicas, levando em consideração o custo-benefício. Portanto, o investimento, que equivale a 0,3% do investimento para toda manutenção rodoviária no ano de 2020, tem alto retorno para a sociedade, visando a entrega de melhor qualidade de pavimentos em nossas rodovias.
Estradas: As unidades regionais do Dnit, espalhadas em mais de uma centena de cidades por todo o país, não têm essas informações?
Dnit: Não, os levantamentos são realizados por contratos geridos pelo DNIT/Sede. As Unidades Locais possuem a responsabilidade de executar os contratos de obras. O Planejamento é feito de forma centralizada.
Estradas: A PRF não repassa essas informações para o Dnit?
Dnit: A PRF não possui competência para avaliar a condição dos pavimentos das rodovias federais. Essa competência é exclusiva do DNIT.
Estradas: O Dnit não tem essas informações?
Dnit: O levantamento das condições dos pavimentos deve ser feito anualmente. O DNIT tem realizado o levantamento de tais informações desde 1980, sempre aprimorando a técnica diante dos novos equipamentos que surgem.
Estradas: O Dnit não poder fazer um convênio com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), que realiza pesquisa do gênero todos os anos, e usar as informações pertinentes aos trechos do Dnit?
Dnit: O levantamento realizado pela CNT é qualitativo, baseado numa opinião. Não há, nesse caso, uma avaliação objetiva do pavimento. O levantamento realizado pelo DNIT é objetivo, feito por equipamentos especializados, que produzem tanto informações funcionais quanto estruturais dos pavimentos. Este tipo de informação não é encontrado nos levantamentos realizados pela CNT.
