Os R$ 28 milhões deixados por condutores de veículos no pedágio da RSC-287, em Vila Arlindo, no ano passado, renderam à praça de Venâncio Aires a segunda colocação entre os 14 pontos de cobrança administrados pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) no estado. A arrecadação só foi menor do que a registrada na ERS-239, em Campo Bom. Na cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre, o montante percebido entre janeiro a dezembro de 2017 ficou acima dos R$ 32 milhões.

O investimento feito pela estatal no trecho venâncio-airense, no entanto, ficou um pouco abaixo do total arrecadado. Foram quase R$ 27 milhões, 3,9% a menos do que o valor que entrou no caixa da EGR. Entre as seis praças com maior volume de recursos – Campo Bom, Venâncio Aires, Portão, Candelária, Viamão e Coxilha -, apenas em Portão, além de Venâncio, o investimento perdeu para a arrecadação.

Alvo de queixas frequentes de seus usuários, a RSC-287 carece de uma série de melhorias que, de acordo com a EGR, custam extremamente caro e não podem ser realizadas todas de uma vez só. A estatal “ataca” os problemas emergencialmente, como no caso das operações tapa-buracos. Também há obras no município de Santa Cruz do Sul – em especial a do viaduto Fritz e Frida -, o que faz com que a EGR se obrigue a atrasar obras esperadas no trecho da rodovia na Capital Nacional do Chimarrão.

‘Tratamos cada praça como uma empresa’

O presidente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), Nelson Lídio Nunes, admite que a realidade da RSC-287 não é das melhores, mas ressalta que ‘já está bem melhor do que recebemos’. Nunes assegura que a estrada passa por manutenção permanente e conta com os serviços de ambulância, capina, guincho e socorro mecânico, situações que por muito tempo foram motivo de impasse. ‘A gente tem ainda todo o sistema das praças informatizado. Tudo tem custo e estamos fazendo nosso melhor’, garante.

De acordo com o presidente, o trecho da RSC-287 na região tem recebido obras importantes, ‘como o viaduto Fritz e Frida, em Santa Cruz do Sul, cujo investimento alcança os R$ 25 milhões’. Para o presidente, não são pequenas diferenças entre entrada e saída de recursos que vão tornar ineficiente o trabalho da estatal. ‘Tratamos cada praça como uma empresa, temos o controle efetivo delas’, diz Nelson Lídio Nunes.

CAPACIDADE – O dirigente confirma que há em andamento um estudo para a ampliação da capacidade da rodovia entre Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul, trecho que é considerado um dos maiores gargalos entre estradas administradas pela EGR no Rio Grande do Sul. ‘A 287 foi planejada para o trânsito de três a cinco mil veículos e, atualmente, passam por ela cerca de 15 mil, diariamente. Boa parte do fluxo está entre Venâncio e Santa Cruz, tanto por conta do polo educacional quanto do escoamento de produção’, comenta.

Fonte: Folha do Mate