De acordo com Rodolfo Rizzotto, a redução de mortes no trânsito é mais fácil de resolver: basta respeitar e aplicar o Código de Trânsito
O coordenador do SOS Estradas e especialista em trânsito, Rodolfo Rizzotto, aponta que, enquanto as pesquisas indicam que a maior parte da população brasileira está disposta a tomar a primeira vacina que aparecer contra a Covid-19, poucos se demonstram interessados em reduzir os trágicos números de acidentes e mortes no trânsito no país. Uma “pandemia”, segundo ele, muito mais fácil de resolver: basta respeitar e aplicar o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Rizzotto, em artigo publicado no último dia 19, no jornal Correio do Povo, traz comparações entre os dois cenários alarmantes: Covid-19 e acidentes de trânsito. “Considerando os dados do Estado de São Paulo, onde morreram praticamente 25% das vítimas de Covid-19 do país, verificamos que 89% dos óbitos ocorrem com pessoas acima de 50 anos, sendo que 52% com mais de 70 anos de vida. Podemos considerar razoável que essa seja a média nacional, já que São Paulo representa ¼ do total brasileiro. Já no trânsito, 57% das indenizações pagas por morte pelo DPVAT são de pessoas entre 18 e 44 anos. Período de grande vigor para produzir e uma das fases mais importantes da vida”, aponta o especialista. Que complementa: “As indenizações pagas pelo DPVAT por mortes de crianças e adolescentes em 2019 contabilizaram 583 casos de zero a 7 anos e 944 para vítimas de 8 até 17 anos, num total de 1.527 óbitos. Enquanto isso, pela Covid- 19, morreram no estado de São Paulo 126 pessoas entre zero e 19 anos, sendo 54, até 9 anos de idade”.
Rizzotto relembra, ainda, o silêncio no Dia Mundial das Vítimas de Trânsito, ocorrido no último domingo, dia 15 de novembro. “Sem quase nenhuma repercussão, o cenário confirmou mais uma vez que combater a violência no trânsito não é prioridade da sociedade brasileira, das autoridades e mesmo da imprensa. Preferimos discutir as normas, falar em indústria da multa do que estancar a fábrica assassina de infratores contumazes. A verdade é que resistimos mais à vacina contra a pandemia do trânsito do que da Covid-19. “Enquanto isso, nossos jovens morrem”, finalizou.
Fonte: Seguradora Líder