VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO: Segundo a especialista Roberta Torres, pessoas com idades entre 18 anos e 34 anos são as maiores vítimas. Foto: Divulgação

De acordo com Roberta Torres, os mais afetados pela violência no trânsito são os jovens com idades entre 18 anos e 34 anos

Em 10 anos, o trânsito brasileiro matou mais que a Guerra da Síria: foram mais de 480 mil indenizações pagas pelo Seguro DPVAT para a cobertura de morte, de acordo com levantamento da Seguradora Líder. Para comentar esse cenário alarmante, o sétimo episódio do podcast “A Voz do Trânsito” contou com uma entrevista inédita de Roberta Torres, especialista em Gestão, Segurança e Educação no Trânsito. Para ela, não há fórmula imediata que consiga reduzir de forma significativa as fatalidades nas vias brasileiras.

“Precisamos de um conjunto de ações de vários setores, que começa com a coleta de dados estatísticos para identificar o real problema de cada lugar, passando pela manutenção e fiscalização de vias e veículos, pela construção de leis mais efetivas e que busquem a preservação da vida e, ainda, por ações educativas tanto nas escolas como por meio de campanhas ao logo da vida dos cidadãos.”, comentou.

Neste contexto, os mais afetados pela violência no trânsito são os jovens. A faixa etária entre 18 a 34 anos já representa 48% do total de beneficiários do Seguro DVPAT em 2020. De acordo com a especialista, o alto índice pode ser justificado pela falta de maturidade e experiência dessa parcela da população, pois muitos deles possuem habilitação há pouco tempo. E reforça: “Os jovens têm como característica a impulsividade e a imprudência. Muitas vezes se deixam levar, principalmente quando se trata de álcool e de velocidade.”

E, ao analisar os dados de veículos, observa-se que o perfil de condutor mais impactado é o motociclista. De janeiro a novembro de 2020, as ocorrências envolvendo motocicletas representaram 79% do total de pagamentos do DVPAT. “Hoje o processo de formação de condutor, especialmente de motociclista, está muito aquém do ideal. A carga horária prática é insuficiente, não existem objetivos claros de como cada conteúdo deve ser ensinado, a avaliação não é padronizada. O motorista é formado apenas por um circuito fechado, sem sequer andar em uma via pública”, lamenta Roberta.

Por fim, Roberta Torres também alerta para a necessidade da implementação de projetos educativos que envolvam todos os membros do sistema de trânsito desde a fase escolar: “Imagina se há 20 anos tivéssemos colocado em prática tudo aquilo que está no Código de Trânsito Brasileiro, quantas vidas não teríamos salvado até agora? A percepção de risco leva tempo para ser assimilada. Por isso, se as crianças tiverem esses conceitos em sua idade escolar, quando elas chegarem à adolescência, juventude e vida adulta, isso vai estar mais claro. E, certamente, se tornarão motoristas, pedestres, passageiros e ciclistas mais conscientes”.

Para ouvir a entrevista completa, acesse as plataformas de streaming clicando em um dos links abaixo e faça login ou crie uma conta. Na sequência, pesquise por “Seguro DPVAT” ou “A Voz do Trânsito”. Você também pode escutar a entrevista clicando aqui.

Fonte: Seguradora Líder