Em um artigo denominado Speed Perception Fogs up as Visibility Drops (12), publicado na Revista NATURE, Snowden, Stimpson e Ruddle, pesquisadores da Universidade de Wales, em Cardiff, no Reino Unido, constataram que apesar dos condutores terem consciência que deveriam trafegar em menor velocidade em situação de neblina devido à conseqüente redução da visibilidade, eles trafegavam demasiado rápido. Isto se deve ao fato de pensar estar trafegando a uma velocidade menor do que a velocidade que realmente estão trafegando, quando em situação de neblina, aumentando sua velocidade.

Segundo Rodrigo Klienubing, perito do Instituto de Criminalística do Rio de Grande do Sul, esta surpreendente constatação, sugere que a “culpa” para muitos acidentes de trânsito de engavetamento em situação de neblina pode não ser simplesmente a irresponsabilidade de condutores por trafegarem com excesso de velocidade. Kleinubing esclarece “nesta condição desfavorável de visibilidade, o acidente pode ocorrer por uma preocupante singularidade de nosso sistema perceptual intrínseca ao ser humano, a de que o senso de velocidade decresce com a incidência de neblina, demonstrando, mais uma vez, a complexidade e a limitação do ser humano enquanto fator causal dos acidentes de trânsito”.

Ontem, por volta das 23h30 min um engavetamento na rodovia D. Pedro I, em São Paulo, próximo de Jacareí, causou a morte de nove pessoas e ferimentos em outras sete.

Nesta época do ano esses acidentes ocorrem com mais freqüência. O perito Rodrigo Kleinubing analisou o estudo britânico e publicou um artigo que está disponível no www.estradas.com.br em
https://estradas.com.br/sosestradas/articulistas/kleinubing/o_efeito_neblina.asp