Motoristas reclamam da falta de segurança depois que muitos pontos fixos foram desativados. Entre os motivos, está a falta de efetivo
Um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) ajudará a definir onde devem ficar os postos da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A parceria firmada recentemente propõe a avaliação e revisão da atual localização dos postos de acordo com a necessidade. O diagnóstico pode propor a abertura, o fechamento ou a realocação das unidades operacionais.
O estado tem seis mil quilômetros de rodovias federais. Embora tenha a terceira maior quilometragem do país, conta com apenas 35 postos de fiscalização. Para a Superintendência Regional da PRF, o número de postos existentes hoje é suficiente, mas alguns vão ter que ser transferidos para outros trechos, conforme apontar o estudo.
“Hoje, nós temos estruturas físicas, os nossos postos ou unidades operacionais como chamamos, que estão em locais inadequados. Então, nós precisamos fazer uma redistribuição mais racional da nossa estrutura, de forma que a localização atenda à necessidade atual, tanto no aspecto do combate à criminalidade, mas também na questão do enfrentamento da violência no trânsito”, avalia o superintendente Regional da PRF, João Francisco Ribeiro de Oliveira.
Postos desativados
Nos últimos anos, sete postos da PRF foram desativados no estado. Entre os motivos está a falta de efetivo. O estado tem 707 policiais, mas a necessidade é de 1.392, quase o dobro.
Em Tabaí, no Vale do Taquari, um posto está desativado desde maio, quando os três policiais que trabalhavam no local se aposentaram e outro foi transferido. Os moradores dizem que o número de acidentes aumentou, e o de imprudências dos motoristas também.
“As pessoas passam aqui, tranquilamente, entre 130, 140 [km/h] sem respeito aos pedestres. Sabem que não tem nenhum policial presente nesse ano”, relata a comerciante Rojane Ferronatto.
Um dos acidentes mais graves aconteceu justamente no trecho onde o posto da PRF foi desativado. O motorista do carro perdeu o controle, invadiu o canteiro da rodovia e chegou a capotar (veja o vídeo acima).