Quase cinco anos depois de iniciada, as obras de duplicação da BR-101 Norte, entre o município de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, e a divisa com a Paraíba, estão mais perto do fim. Embora seja o mais atrasado dos três trechos executados pelo Exército, o lote pernambucano, de número 6, está 80% concluído e tem pouco mais da metade liberado ao tráfego. Dos 41,4 quilômetros previstos, 23 km já estão sendo utilizados pelos carros. Após muitos adiamentos, o cronograma para entregar a obra é dezembro.

Pernambuco, entretanto, está bem atrás do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Dos 43,1 km de duplicação, os paraibanos já liberaram o tráfego em 31,8 km. Já no Rio Grande do Norte, a duplicação está concluída nos 34,2 km programados, sendo que o tráfego de veículos está liberado em 28 km. A explicação do Exército para o atraso de Pernambuco são as dificuldades do solo.

O problema se resume a sete quilômetros na região conhecida como Várzea de Goiana, entre o Centro da cidade e a divisa com a Paraíba. O trecho possui o que os engenheiros chamam de solo mole e receberá asfalto no lugar de concreto, como no restante da rodovia. “Fomos obrigados a fazer diversos testes de soluções para o trecho com o objetivo de melhorar o solo. Terminamos optando pelo uso do isopor sob o asfalto. É uma solução que está sendo usada em obras na Bahia e foi aplicada nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro”, explicou o tenente Klelyson Leite, que integra a equipe técnica do Exército envolvida com a duplicação da BR em Pernambuco.

Os militares ressaltam que, apesar da demora, a qualidade do trabalho será percebida pela população. “Somos metódicos, cuidadosos. Prezamos pela qualidade da obra. Além disso, transformamos o nossa canteiro de obras numa escola. Para cada ação que desenvolvíamos, ensinávamos antes os nossos homens”, afirmou. O Exército tem cerca de 400 profissionais na obra.

“Em relação a última vez que tinha passado pela BR, em abril, me surpreendi com o avanço dos trabalhos. É uma obra demorada, mas agora está mais perto de acabar. O pior é a volta para quem sai do Recife”, disse o comerciante Robson Florêncio, que sexta-feira viajava com a família de Caruaru para João Pessoa (PB). Para quem vive à margem da rodovia, a duplicação da BR parece ser mais lenta e o impacto maior. “Há dois anos os técnicos estiveram aqui, cortaram árvores e começaram o trabalho de terraplenagem. Mas depois pararam. Isso é que foi ruim porque a terra ficou mexida e, quando chove, vira lama. Mas estou otimista e acho que tudo vai melhorar”, afirmou Amilton de Souza, que há 20 anos possui uma loja de autopeças em Goiana.