Quem deixou para fazer a viagem à Baixada Santista no início da tarde de ontem não pegou os congestionamentos quilométricos registrados horas antes, pela manhã, e durante toda a madrugada. O trânsito na Rodovia dos Imigrantes, cuja lentidão média foi de 50 quilômetros entre 23h e 7h, sumiu a partir do meio-dia. À tarde não havia nem filas no pedágio próximo de Diadema.

Na Via Anchieta também não houve lentidão após as 11h. A pista teve média de 23 quilômetros de congestionamento na madrugada e foi opção melhor à Imigrantes, onde as filas se estendiam do km 26, na capital, ao km 58, perto de São Vicente.

Uma viagem para Mongaguá, por exemplo, era um martírio para quem foi passar o réveillon no litoral sul. Percorrer todo o trajeto a partir da capital levou cerca de cinco horas na manhã de ontem. Já a chegada a Santos, numa viagem que dura cerca de 46 minutos, demorou mais de três horas pela Imigrantes. Quem foi ao Guarujá levou cerca de quatro horas para uma viagem em dias normais com duração de uma hora e meia, por causa do excesso de veículos também na Cônego Domenico Rangoni, a antiga Piaçaguera-Guarujá.

Madrugada. Quem optou por fazer a viagem durante a madrugada não escapou dos congestionamentos nos caminhos para a Baixada Santista e para o litoral norte. A média de lentidão durante toda a madrugada na Imigrantes foi sempre superior a 50 quilômetros. O trânsito também parou em diversos trechos da Tamoios e na rodovia SP-125 (Serra de Taubaté), as duas principais estradas usadas pelos turistas das praias de Ubatuba e de São Sebastião.

Moradora na Vila Leopoldina, na zona oeste, a publicitária Fabiana Nacaratto, de 34 anos, saiu de São Paulo às 2h30. Conseguiu chegar à Praia da Enseada, no Guarujá, com a luz do sol já brilhando, às 7h. “Foi horrível. Só não voltei no meio do caminho por causa do meu filho de 7 anos, que quer passar a virada na praia”, disse a publicitária, que esperou quase duas horas por uma balsa em Santos.

Nas balsas para Ilhabela, a espera foi superior a 60 minutos entre o início da noite de quinta-feira e a manhã de ontem. O embarque foi difícil mesmo para quem havia agendado a travessia com dez dias de antecedência. “Tinha a certeza de que de madrugada a balsa ficaria vazia e me dei mal”, contou Cassiano Mazonne, de 32 anos, morador de Jundiaí. Ele levou seis horas para concluir a viagem que faz em três horas nos fins de semana sem feriado prolongado.

A demora foi ainda maior para quem tentou entrar nas praias de Ubatuba. Entre seu apartamento no bairro do Cambuí, em Campinas, até a Praia de Itamambuca, em Ubatuba, o administrador de empresas Júlio Pinheiro, de 29 anos, levou nove horas – tempo superior ao de um voo entre São Paulo e Miami, nos Estados Unidos. “Achei que a Serra de Taubaté estaria livre de madrugada e peguei o trânsito totalmente parado na descida, às 3h. E o pior é que tinha neblina, não dava para enxergar nada. Agora vou esperar até terça-feira para voltar mais tranquilo”, contou Pinheiro.

Volta. As concessionárias que administram as principais rodovias do Estado alertam para que o motorista evite a viagem de volta entre 15h e 23h de amanhã. Além dos congestionamentos, o último dia do feriado prolongado deve ter pancadas de chuvas o dia todo, segundo previsão do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). O tempo nublado e chuvoso deve se estender até a tarde de terça-feira.