Mesmo após a ação de protesto amplamente repercutida pela mídia, que foi realizada no último dia 17 de março, no pedágio da BR-324, próximo a Simões Filho, – que liberou a passagem de veículos sem a cobrança de pedágio-, o patronato (ViaBahia, CLN), se recusa a negociar com os trabalhadores de concessionárias de pedágio da Bahia, que continuam mobilizados e anunciaram paralisação nos próximos dias, em busca de melhorias de condições de trabalho e por respeito à autonomia e liberdade sindical.

O anuncio foi realizado na manhã de ontem, segunda-feira (24), durante a reunião mediadora realizada na Superintendência Regional do Trabalho pleiteada pela CUT-BA e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs), que contou com a presença da comissão de trabalhadores e representantes patronais, sob o comando do auditor fiscal do trabalho, José Ivan Dantas Pugliese e teve o objetivo de tentar, mais uma vez, a abertura do diálogo, mas não obtiveram sucesso.

O presidente da CUT-BA, Cedro Silva, destacou que após a negativa das empresas em dialogar com os trabalhadores, os mesmos continuarão mobilizados em todo o estado, buscando melhores condições de trabalho e qualidade de vida. “Fomos eleitos pelos trabalhadores enquanto seus legítimos representantes e iremos continuar cumprindo a tarefa de lutar para que tenham dignidade. Não aceitamos as práticas antissindicais e as perseguições que estão ocorrendo com aqueles que cumprem o dever de lutar pela categoria”, disse.

Cedro Silva lembrou que as empresas concessionárias de pedágio têm mantido prática abusiva em relação aos trabalhadores, se recusando a negociar com o sindicato e os trabalhadores sendo submetidos a um regime miserável. “O dinheiro que pagamos no pedágio, enriquece o patrão e deixa na miséria o trabalhador. A falta de segurança no ambiente de trabalho, salário abaixo do mínimo e assédio moral, são alguns péssimos exemplos que podemos citar. Peço o apoio do governo que fez a privatização para ajudar a reverter este gravíssimo problema. “País rico é país sem miséria”, é o que diz a presidenta Dilma. A CUT não vai admitir que a Bahia se transforme numa fábrica de trabalhadores miseralisados pela ganância desenfreada do capital”, disse.

Os trabalhadores reivindicam o piso normativo de salários, alimentação, pagamento de horas extras, licença maternidade de seis meses e cursos de qualificação, dentre outros itens na pauta de reivindicação já entregue às empresas. O presidente da Contracs, Alci Araujo, reclamou da postura intransigente das empresas. “Os trabalhadores estão submetidos a condições degradantes e desumanas e as empresas se recusam a dialogar”, declarou.