Deputado argumenta que falta de balanças para impedir o excesso de cargas está destruindo a malha rodoviária
O deputado federal Geraldo Resende (PMDB), autor dos requerimentos e gestões que garantiram a reconstrução do trecho da BR-163 entre Nova Alvorada do Sul e Dourados, está cobrando do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) e do Centro de Excelência em Engenharia de Transportes (Centran), a ativação imediata de balanças nas rodovias federais que cortam o Mato Grosso do Sul. “A falta de balanças incentiva o excesso de cargas e favorece a destruição da malha rodoviária, tanto que em alguns trechos da BR-163, onde o Ministério dos Transportes acaba de investir dezenas de milhões de reais na recuperação, já é possível verificar afundamentos da pista em virtude do excesso de peso dos caminhões”, alerta o deputado.
Geraldo Resende lembra que em 2006, depois de o Exército ter mapeado os principais pontos de descontrole do excesso do peso no transporte rodoviário de cargas no Brasil, o governo federal chegou a anunciar investimentos de R$ 1,5 bilhão na instalação de 220 novas balanças em todo o território nacional, mas a proposta ainda não saiu do papel. “A informação que temos é que Mato Grosso do Sul entrou no lote número 1 de licitações, junto com Mato Grosso, Goiás e Roraima, mas acabou perdendo as balanças de Porto XV, na divisa com São Paulo, e São Julião, na chegada em Campo Grande, para a Bahia e a Paraíba, respectivamente”, explica.
O deputado afirma que um Estado produtor de alimentos e que está sendo tomado por usinas de álcool e açúcar como o Mato Grosso do Sul não pode dar-se ao luxo de abrir mão das balanças, que, segundo ele, são importantes não apenas para impedir o tráfego de veículos pesados com excesso de cargas, mas, também, para conter a evasão fiscal. “Quem sai de Campo Grande com um caminhão carregado com destino a Mundo Novo, na divisa com o Paraná, por exemplo, não passa por uma única balança, já quem faz o trajeto inverso acaba encontrando em Rio Brilhante a única balança fixa mantida pelo DNIT em Mato Grosso do Sul”, enfatiza Geraldo Resende. “O problema é que esta única balança funciona apenas em horário comercial, ou seja, das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30”, conclui.
Como a balança não funciona 24 horas por dia, os motoristas com excesso de carga ficam parados em Rio Brilhante esperando o fim do expediente para avançar pela rodovia com seus caminhões pesados, danificando a pista que acaba de ser recuperada e, além disto, oferecendo risco às pessoas que usam veículos de passeio. “Temos informações que somente em Rio Brilhante chegam a se formar filas de mais de 100 caminhões, que esperam a balança fechar para sair em comboio e, com isto, escapar da multa, ou seja, quem viaja em carro de passeio é exposto ao perigo já que é obrigado a trafegar por uma rodovia tomada pelas carretas”, analisa.
O deputado lembra que o Brasil desenvolveu um Plano Diretor Estratégico Nacional de Pesagem e chegou a realizar uma audiência pública em setembro do ano passado em Brasília, mas as ações para reativar as balanças em todo o País não evoluíram. “Anunciaram que as novas balanças teriam censores instalados no asfalto para detectar irregularidades e que faixas eletrônicas iriam determinar se o motorista poderia prosseguir a viagem ou teria que encostar para uma segunda e terceira pesagem, mas nada disto foi feito e hoje estamos assistindo o excesso de carga destruir a malha rodoviária de Mato Grosso do Sul e de todo o Brasil, já que mais de 70% dos caminhões trafegam com excesso de peso por eixo”, finaliza o deputado.