Até o final deste ano, os passageiros de ônibus poderão acompanhar, em tempo real, o funcionamento do sistema de transporte coletivo da capital.

Após três anos de indefinições, os donos das viações decidiram adquirir 8 mil GPSs – sistema de monitoramento via satélite – para equipar toda a frota em circulação na cidade.

A idéia é que os outros 5 mil aparelhos comprados em 2003 pela Prefeitura, durante a gestão Marta Suplicy (PT), sejam instalados nos lotações do sistema local.

Pela previsão dos empresários, os GPSs serão instalados até o final de outubro. Dessa forma, passarão a funcionar a partir do dia 1º de novembro. Com o funcionamento dos GPS, os usuários terão condições de consultar, pela internet, detalhes dos itinerários, como o número de veículos em operação naquele momento, e a posição exata de cada um deles.

Os painéis eletrônicos instalados nos principais corredores exclusivos também informarão quanto tempo os ônibus levarão para chegar ao ponto. Atualmente, apenas os painéis do corredor Pirituba/Lapa/Centro mostram isso.

Os GPSs permitirão à São Paulo Transportes (SPTrans), empresa que gerencia o transporte coletivo do município, fiscalizar o cumprimento dos itinerários. Em algumas regiões da cidade, fiscais da Prefeitura já detectaram que os perueiros saem de suas rotas originais e pegam passageiros das linhas estruturais, operadas pelas viações.

Também há suspeitas de que alguns perueiros trabalham para o crime organizado, transportando armas e drogas.

Para o consultor em engenharia de tráfego Horácio Augusto Figueira, o GPS é fundamental no gerenciamento da rede. “Sem esse equipamento, os ônibus ficam jogados no viário”, diz o especialista.

Figueira acredita ainda que a SPTrans usará os dados fornecidos pelo monitoramento via satélite para fazer a reestruturação das linhas de ônibus.

A promessa de reorganizar o sistema de transporte foi feita em março deste pelo secretário dos Transportes, Frederico Bussinger depois que os empresários ameaçaram romper o contrato de concessão que têm com a Prefeitura.

A colocação dos equipamentos também põe fim à última pendência contratual entre as viações e a Secretaria Municipal dos Transportes (SMT)

De acordo com o SPUrbanuss, sindicato patronal, as empresas de ônibus investirão cerca de R$ 20 milhões na compra dos 8 mil GPs. Este valor poderá ser parcelado em até 46 meses.

Desde outubro do ano passado, 767 ônibus que rodam no Corredor Pirituba/Lapa/Centro, zona oeste da capital, já testam esse tipo de equipamento.

Por isso, os painéis instalados nos pontos desse trajeto informam em quanto tempo o coletivo chegará. Além de fazer o rastreamento dos veículos, os equipamentos possuem um “botão de pânico”, que pode ser acionado pelos motoristas para informar os operadores sobre situações de emergência, como assaltos.