Uma idosa e um rapaz asmático foram os responsáveis pelo resgate dos 40 passageiros e motorista do ônibus assaltado por uma quadrilha especializada, na madrugada de sábado, em Água Doce, Oeste catarinense.
O prejuízo dos sacoleiros que saíram de Florianópolis rumo ao Paraguai foi de quase R$ 100 mil, segundo a PM. Os assaltantes pararam o ônibus a tiros.
O ônibus executivo da empresa Catarinense estava na SC-350, em um ponto sem sinal de celular, a cerca de dois quilômetros da BR-153 (rodovia que liga SC ao Paraná), quando um Gol vermelho se aproximou atirando. Ninguém foi atingido, mas uma bala passou perto do motorista.
Armados com pistolas, idade entre 25 e 30 anos, sotaque local e vestidos de preto com máscaras balaclavas, dois homens renderam as vítimas e outro ficou no carro. O motorista do ônibus foi obrigado a dirigir até uma estrada de terra, em Linha Três Pinheiros, localidade rural ali perto.
Os assaltantes mandaram os passageiros tirarem a roupa e ficarem só com roupa íntima. A bagagem de mão deles serviu para guardar os celulares, relógios, carteiras e entre R$ 80 mil a R$ 100 mil em dinheiro roubados, conforme informações da PM de Água Doce.
Um quarto assaltante dava apoio em um segundo carro e se comunicava por rádio com os comparsas durante a ação que durou de 0h10min às 2h45min.
Pelo relato das vítimas ao soldado Ivan Cleber Rech da Polícia Militar de Água Doce, que atendeu a ocorrência, o que mais chamou a atenção das vítimas foi a experiência da quadrilha. O assaltante em comando era bem articulado, falava com firmeza e dava poucas e precisas ordens. Eles não estavam nervosos e aparentavam ter controle da situação.
Com ordem de se vestirem “ligeiro”, os passageiros puseram a roupa e foram trancados no bagageiro do ônibus, incluindo um bebê. Os ladrões deixaram uma idosa e um rapaz asmático ficarem nas poltronas.
Os reféns foram ameaçados de morte, caso tentassem sair antes de 40 minutos. Os assaltantes fugiram no Gol com placa alterada por fita isolante. A idosa e o rapaz abriram o bagageiro e todos foram para Àgua Doce registrar ocorrência.
O caso está com a Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Joaçaba. Até a noite deste domingo, ninguém da quadrilha nem os dois carros usados no assalto haviam sido identificados.
O soldado Rech da PM observou que a última onda de assaltos a ônibus de sacoleiros, na região, ocorreu há um ano. Rech salientou que a maioria dos passageiros não se arrisca mais a levar tanto dinheiro, mas que alguns ainda carregam R$ 10 mil para fazer as compras no Paraguai.
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