Cerca de sete mil carretas de cargas passam diariamente pelo trecho sobreposto das BRs 163 e 364, que liga Rondonópolis a Diamantino e é um dos mais movimentados do Estado, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Logo, um motorista de um carro de passeio pode cruzar com no mínimo 700 caminhoneiros sob o efeito de entorpecentes no volante. Em um acidente, os riscos seriam muito maiores para os passageiros do veículo pequeno, devido a fragilidade da estrutura.

Para reduzir os índices de acidentes nas estradas – este ano foram 1.200 envolvendo carretas -, o Ministério Público do Trabalho (MPT) quer proibir o tráfego de caminhões nas rodovias do Estado das 22 horas até as 5 horas da manhã. O procurador do Trabalho, Paulo Douglas Almeida de Moraes, notificou os sindicatos dos trabalhadores e das empresas transportadoras para que a medida seja adotada. Apenas casos especiais, como o de transporte de produtos perecíveis, receberiam autorizações distintas, mas também com determinadas recomendações.

Caso a orientação não seja acatada até o final deste mês, o MPT moverá uma ação civil pública para impor a determinação judicialmente, sob pena de sanção. “Se isso não for observado, essas empresas podem ser processadas até mesmo por submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão”, disse Moraes. Segundo ele, 57% dos caminhões são monitorados via satélite, o que permite o controle sobre a jornada de trabalho dos funcionários.