Mistério na principal estrada brasileira: o monumento erguido em homenagem ao ex-presidente Juscelino Kubitschek – e a seu motorista, Geraldo Ribeiro -, no quilômetro 328 da Rodovia Presidente Dutra (BR-116), sentido São Paulo-Rio, desapareceu misteriosamente, e ninguém sabe exatamente quando ou por quê.
No dia da inauguração, 20 de agosto de 2006, as filhas do ex-presidente e de seu motorista, Maria Estela Kubitschek e Maria de Lourdes Ribeiro – além de membros da Sociedade dos Amigos de JK (SAJK), e do inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Bernardo, que prestou atendimento a JK logo após o acidente -, participaram de uma solenidade lembrando os 30 anos de falecimento da dupla.
A construção do monumento teve o apoio da prefeitura de Resende e da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), mas sua instalação às margens da Dutra foi contestada pela concessionária que administra a rodovia (CCR NovaDutra) um mês após sua inauguração. De acordo com a empresa, o monumento deveria ser demolido porque tirava a atenção dos motoristas que trafegavam pela rodovia – e poderia chegar, até mesmo, a causar acidentes.
Na ocasião o juiz titular da 1ª Vara Federal de Resende, Paulo Pereira Leite Filho, determinou que o monumento fosse demolido, mas voltou atrás em sua decisão e suspendeu temporariamente a liminar depois de receber documentos com fotos e medições que constatavam que o monumento não representava risco aos motoristas.
Passados quase cinco anos de sua instalação, o monumento simplesmente desapareceu. O secretário de Indústria, Tecnologia e Serviços de Resende, Edgar Moreira Gomes, que disse estar surpreso com a notícia do desaparecimento do monumento.
– Não estou sabendo que o monumento sumiu, inclusive nós temos um projeto tramitando no governo do estado para revitalizar a estação de trem de Engenheiro Passos, e pretendemos ligá-la ao monumento – disse, surpreso, o secretário, acrescentando que o governo federal também teria interesse em recuperar o monumento e interligá-lo à estação.
Para os representantes da Nova Dutra o sumiço do monumento também foi uma surpresa. Segundo informação oficial da assessoria de comunicação, a concessionária não teve nenhuma participação na retirada do monumento do local onde estava instalado.
Localização exata do acidente
Na época em que o monumento foi inaugurado, há cinco anos, o presidente da SAJK, Carlos Roberto Medina, disse que Juscelino merecia um monumento à altura de sua obra em prol do desenvolvimento do Brasil e, até então, apenas duas cruzes marcavam o local de sua morte. Ele explicou que o monumento foi erguido no local exato do acidente, ocorrido na pista sentido Rio de Janeiro, e não no ponto onde estão as duas cruzes, fixadas na via que segue em direção a São Paulo – local em que JK morreu, após seu carro atravessar a pista. Após muita polêmica se o monumento deveria ou não ser instalado às margens da Dutra, o monumento simplesmente sumiu sem deixar rastros.
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