A convite dos moradores do local, equipe do JE participa de reunião e leva soluções propostas pela população aos órgãos responsáveis
Cerca de 150 famílias moradoras do bairro Juca Rocha e vilas adjacentes vêm cobrando, há alguns meses uma solução para alguns problemas que, segundo os mesmo se iniciaram após a instalação da praça de pedágio do Km 46 da rodovia Raposo Tavares.
Conforme relato dos mesmos, o funcionamento do pedágio trouxe diversos fatores que causaram transtorno aos que ali moram. Convidada para participar de uma reunião realizada por um grupo de moradores do local, a equipe de reportagem do Jornal da Economia teve acesso às reivindicações.
Segundo os moradores, a estrada municipal da Lagoa, que corta todo o local sofreu considerável aumento no fluxo de veículos, em decorrência de muitos motoristas que, para não realizar o pagamento da tarifa cobrada pelo pedágio, utilizam a via como rota de fuga. “Depois que a estrada foi reformada pela prefeitura o volume de veículos aumentou consideravelmente no local. Com isso, as crianças que estudam na escola municipal situada as margens da rota de fuga estão expostas ao volume de veículos que aqui trafegam. É extremamente necessária a iluminação e a execução do reparo na pavimentação da estrada municipal, mas como fazer isso se não param de passar caminhões e carros?”, informa um dos moradores presente no encontro.
Além dos problemas enfrentados em função do aumento do fluxo, os representantes do bairro teceram comentários relacionados à obrigatoriedade de pagamento dos mesmos ao passarem no pedágio. Mesmo morando na área territorial de São Roque, as famílias do realizam todos os seus afazeres e obrigações na cidade de Vargem Grande Paulista, distante apenas 1km da cidade (e 15Km da região central de São Roque). “Nós realizamos todas as nossas obrigações em Vargem Grande Paulista, devido à distância do local. Realizamos os serviços de banco, compras, nossos filhos estudam diariamente nas escolas de Vargem Grande. Como a estrada é mal conservada evitamos passar por ali, com medo de sermos assaltados, como já aconteceu com alguns de nós. Chegamos a gastar cerca de R$600,00 só com pedágio todo mês”, revela um dos componentes da reunião.
Referente a liberação de passagens, foram realizadas diversas reuniões com a ViaOeste, concessionária que possui os direitos de concessão da Rodovia, sendo liberadas inicialmente 60 passagens para cada uma das 150 famílias pré-cadastradas. “Nos reunimos com a ViaOeste para discutir uma solução para o problema. Foi proposta a instalação de um pedágio de bloqueio, onde os moradores não cadastrados pagariam normalmente, e as pessoas com cadastro teriam passagem livre. A ViaOeste concordou e propôs que fossem cadastrados dois carros por família, totalizando sessenta passagens livres, mas não deu certo, pois algumas pessoas começaram a abusar da situação”, afirma.
Como solução para os todos os problemas vividos no local, os moradores fizeram algumas sugestões que, em seus pontos de vista solucionariam toda a situação adversa que os mesmos afirmam vivenciar. “Nós queremos propor a instalação de um pedágio de bloqueio, que traria um aumento de veículos na praça de pedágio do Km46 e diminuiria na estrada municipal. Também gostaríamos que fosse criada ainda uma proporcionalidade na passagem. Seria uma espécie de tarifa especial, que possibilitaria aos moradores um valor mais baixo que o normalmente cobrado”, finaliza o representante do bairro Juca Rocha.
Com intuito de auxiliar na resolução do problema, a equipe de reportagem do Jornal da Economia entrou em contato com a Administração Municipal, em virtude da atual situação da estrada municipal da Lagoa, segundo os moradores, totalmente deteriorada em virtude do grande fluxo de veículos que ali passam ao evitar o pedágio. Em resposta, o diretor do departamento Obras, Antonio Godinho, salientou que na Estrada da Lagoa são realizados periodicamente serviços de manutenção e de recuperação. O diretor ainda comenta que a Administração Municipal tem a preocupação de realizar melhorias na estrada, assim como vem sendo feito em vários pontos do município, e que as questões estão sendo estudadas junto ao departamento de Planejamento e Meio Ambiente.
Em relação às solicitações ligadas ao pedágio do Km46, a equipe de reportagem entrou em contato com a ViaOeste, estendendo os pedidos feitos pelos moradores do local. Segundo a concessionária, foi realizado um acordo com as famílias que moram no local (150 famílias), logo na implantação do pedágio. Em função de uma série de abusos a isenção foi suspensa, o que acabou obrigando as famílias a utilizarem a estrada municipal que corta o local, é também é utilizada como rota de fuga da praça do pedágio.
Como tentativa de chegar a um acordo, a concessionária ofereceu 60 passagens mensais gratuitas. Os moradores só ficariam responsáveis pelo pagamento da instalação do dispositivo de liberação automática de passagem no pedágio (TAG) e a taxa mensal pelo serviço. Outra medida seria a implantação de um pedágio de bloqueio, que também isentaria os moradores, e conseqüentemente diminuiria o fluxo de veículos que passariam no local. Porém, a população envolvida no problema não concordou com as 60 passagens mensais, acreditando que as mesmas não atingiam o número suficiente em função da necessidade.
A ViaOeste informou então que, em razão da não chegada a um acordo, resolveu realizar um estudo mais aprofundado, com a utilização de imagens aéreas que, segundo a concessionária possibilitará um parecer mais preciso relacionado as pessoas que moram na área do impasse. Nesses estudos estão sendo analisados diversos critérios, como contagem de residências, número de moradores e toda a movimentação pelo local, podendo assim ter real ciência das necessidades da população que ali moram. Após o fim dos estudos a concessionária pretende realizar um novo cadastramento das famílias, podendo assim tomar uma medida definitiva sobre a situação.