O motorista que conduzia o ônibus em que 15 passageiros morreram depois de uma batida envolvendo uma carreta, em Minas Gerais, foi ouvido novamente pela Polícia Civil ontem, terça-feira (20). De acordo com o delegado responsável pelo caso, André Pelli, a nova oitiva foi feita para confrontar as informações dadas pelo motorista anteriormente.

O acidente aconteceu no sábado (17), quando 43 trabalhadores de uma empresa de montagem e manutenção industrial, sediada em Ipatinga, no Vale do Aço, voltavam para a cidade após prestarem serviço em uma obra em Paracatu, no Norte de Minas Gerais. A batida foi na BR-040, entre Curvelo e Felixlândia, na Região Central do estado. De acordo com a Polícia Militar (PM), uma carreta larga, acompanhada de batedores, seguia no sentido Brasília, quando o ônibus, que ia no sentido contrário teria feito uma ultrapassagem em local proibido.

Segundo a Polícia Civil, o suspeito já havia prestado depoimento, na noite desta segunda-feira (19), no Hospital Imaculada Conceição, em Curvelo, na Região Central de Minas Gerais, onde está internado. André Pelli disse que o motorista afirmou que o veículo perdeu o freio e, para evitar o choque na traseira de um caminhão, já que estavam em uma descida, precisou invadir a contramão.

Durante a manhã desta terça-feira (20), o delegado foi ao local do acidente para verificar as informações e constatou que a batida aconteceu em uma subida, contrariando o relato do suspeito. Além disso, um especialista em mecânica da Polícia Civil periciou o ônibus e concluiu que não houve falha mecânica, passando a ser considerada a falha humana.

Pelli informou que vai esperar o depoimento de outras testemunhas e o resultado da perícia para decidir se vai indiciar o motorista.

Feridos
Dezesseis pessoas ficaram feridas no acidente e foram encaminhados a hospitais em Belo Horizonte, Curvelo e Sete Lagoas, na Região Central. Segundo os bombeiros, outros 10 ocupantes do ônibus recusaram atendimento. Os militares também informaram que outros dois ocupantes teriam sido socorridos por terceiros. Duas pessoas estão internadas em estado grave no Hospital Pronto-Socorro João XXIII, na capital mineira, e correm risco de morrer.