Mesmo com radares, lombadas eletrônicas e outros vários tipos de fiscalização, alguns condutores do Paraná ainda não se conscientizaram em relação à imprudência no trânsito.

Prova disso é a quantidade de multas por excesso de velocidade emitidas pelo Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), que aumentou 27,6% no Estado nos primeiros seis meses deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.

O órgão registrou 218.409 multas por excesso de velocidade até junho de 2010, contra 171.168 no mesmo período de 2009. O excesso de velocidade pode ocorrer em 20% a mais do que o limite permitido, entre 20% e 50% e acima de 50% do permitido.

A maior parte delas ficou entre 20% e 50% acima. Mesmo em cidades tão sinalizadas como Curitiba (que tem muitos radares, lombadas eletrônicas e afins) há muitas infrações.

Para se ter uma ideia, somente de abril até o final de setembro deste ano, os 110 radares em funcionamento na capital registraram 118.908 motoristas trafegando acima do limite permitido, segundo dados da Urbanização de Curitiba (Urbs), o que resulta em uma média de 19 mil infrações por mês.

Este número se refere à data de reativação dos radares na cidade (os aparelhos ficaram desativados por um tempo em função de decisão judicial). Outra informação também confirma que a imprudência cresce: a quantidade de multas vem crescendo, mês a mês.

Em abril, foram 18.762, em maio, 21.381. Em setembro, a quantidade chegou a 24.414. A Urbs deverá colocar para funcionar outros 30 radares ainda neste ano. Na opinião de Christofer Borges, da Coordenação da Educação para o Trânsito do Detran-PR, todo aumento, seja ele de qualquer ordem, é preocupante.

“Ainda mais em Curitiba, que é uma tão sinalizada. Antes falávamos que se mexesse no bolso das pessoas as coisas melhorariam, mas hoje em dia nem isso resolve mais. Isso demonstra que as pessoas não estão preocupadas com os outros, mas somente com elas mesmas. Não se deram conta de que todos somos pedestres. Mesmo que haja fiscalização, falta consciência”, analisou.

Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) prevê formação teórica de autoescola para estudantes do Ensino Médio. Com isso, os alunos sairiam do colégio já com boas noções sobre o tema e poderiam fazer os testes no Detran.

Porém, isso não é aplicado no Paraná, ainda. O Código de Trânsito Brasileiro também prevê que o tema seja incluído nas escolas desde o Ensino Infantil. Entretanto, isso também só está no papel até agora. “Precisamos reestruturar escolas e capacitar professores para tudo isso”, comentou Borges.