“Se beber, não dirija?” – quantas vezes essa frase já foi dita? Mesmo assim seguimos com a estatística de 66.000 mortes (DPVAT) por ano no Brasil, 40% delas ligadas ao consumo de álcool, mais da metade afetando jovens entre 18-35 anos. Foi pensando na exaustão do discurso institucional acerca do tema dos (não) acidentes de trânsito no Brasil que esta coletânea foi concebida pela organizadora, Deborah Kietzmann Goldemberg , o Movimento Não Foi Acidente e Viva Vitão. Nas palavras que Jairo Bouer, que assina a orelha do livro, “… talvez seja na literatura, na ficção, que as pessoas consigam enxergar e perceber o que apenas a razão não tem sido capaz de fazer: o quanto a vida do outro é muito mais importante do que qualquer gole de imprudência e irresponsabilidade.” Segundo Deborah Kietzmann Goldemberg, “a literatura nos traz a possibilidade de ir além do racional e mais próximos da alma humana… há em cada um desses contos o que está por trás desse descaso com a vida.”

O projeto mobilizou de forma voluntária grandes autores brasileiros, desde os já amplamente reconhecidos e premiados, como Ana Miranda e Loyola Brandão, talentos que estão despontando no momento como Bernardo Kucinski e Wellington de Mello (Finalista do Prêmio Portugal Telecom deste ano), incluindo também jovens vozes que atuam num plano experimental, como Douglas Diegues e Bobby Baq. Confira a lista completa dos autores:

Ana Miranda, Bernardo Ajzenberg, Bernardo Kucinski, Bobby Baq, Caco Ishak, Carlos Eduardo de Magalhães, Deborah Kietzmann Goldemberg (org.), Douglas Diegues, Ignácio de Loyola Brandão, Ítalo Ogliari, Luiz Roberto Guedes, Marcelino Freire, Paula Fábrio, Rubiane Maia e Wellington de Melo.

Livro-do-Movimento-Não-Foi-Acidente

Há autores de todas as regiões do país, já que o tema da coletânea é uma preocupação nacional: Ceará, Pará, Espirito Santo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, além dos paulistas.

Sobre o movimento “Não Foi Acidente”

Criado por Rafael Baltresca e Nilton Gurman, com o apoio de uma imensa rede de apoio. Rafael perdeu sua mãe e irmã no dia 17 de setembro de 2011 e Nilton deu adeus a seu sobrinho Vitor alguns dias após seu atropelamento em 23 de julho do mesmo ano. A exposição midiática desses casos somada à tristeza e apelo por justiça de inúmeras famílias foi um grande impulso à criação do movimento. O movimento vem empreendendo, ao longo dos anos, debates, ações de conscientização e suporte a todos os movimentos de cidadania no trânsito. Seu objetivo é mudar as leis de trânsito brasileiras, as quais têm tantas brechas e são tão permissivas.

Conheça mais do movimento e saiba mais sobre o livro visitando o site.