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Nos próximos anos, Santa Maria poderá ficar cercada de pedágios

LOMBADA: O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) iniciou nessa segunda-feira (24) os serviços de instalação de lombada (quebra-molas) na BR-158/287 junto ao recuo de acesso ao bairro Urlândia, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Foto: Divulgação/Dnit

Inclusão de BRs da região no pacote de pedágios do governo federal vai onerar usuários

A inclusão das BRs-158 e 392 no pacote de concessão de dezenas de rodovias federais no país, divulgado na quinta-feira (15) pelo Ministério da Infraestrutura, pegou muita gente de surpresa. Além disso, se o plano sair mesmo do papel, indica que os moradores de Santa Maria e região terão de se acostumar a pagar pedágios para viajar nos próximos anos – é que além da 158, de Santa Maria a Panambi, haverá pedágios também na BR-392, de Santa Maria a Santana da Boa Vista, e na RSC-287, de Santa Maria a Tabaí (essa no projeto do governo do Estado).

No caso das BRs, o governo ainda precisará contratar empresas para fazer o estudo que avaliará o volume de tráfego e definirá os locais das praças de pedágios e os preços das tarifas para, só depois, lançar a licitação para pedagiar as estradas. Devido a isso, a tendência é que leve alguns anos até essa ideia sair do papel e os pedágios começarem a ser cobrados. No fim da tarde desta quinta, o ministério respondeu dizendo que os estudos devem ser concluídos até 2021, e que as licitações para concessão estão previstas para serem lançadas no 3º trimestre de 2022. Portanto, até lá, muita água vai rolar e muita coisa pode mudar, além de atrasar. E há a chance até de que fique para o próximo governo, que desista da ideia.

Pedágios sempre vão gerar polêmica, pois os motoristas contrários têm razão em reclamar que já pagam impostos e deveriam ter estradas em boas condições sem precisar pagar a mais. Porém, diante da gastança cada vez maior do poder público, sempre faltará dinheiro para manter os serviços essenciais, incluindo as rodovias. Portanto, infelizmente, a realidade é que os pedágios devem se proliferar pelo país, com os motoristas pagando em dobro por essa conta.

Por outro lado, é preciso avaliar o que reduzirá de gastos com manutenção e até com combustível ao trafegar em uma rodovia em melhores condições – e principalmente, se for duplicada.

Duplicação, sai ou não sai?

A grande dúvida que o governo federal ainda não respondeu é se há a intenção de duplicar todas essas rodovias que serão concedidas, a exemplo do que será feito com a BR-386, de Lajeado a Carazinho, até 2037, e com a RSC-287, de Santa Maria a Tabaí, nos próximos 11 anos. Acredito que só será possível saber se há chance de duplicação das BRs-158 e 392, de Panambi a Santana da Boa Vista, passando aqui por Santa Maria e região, após a realização dos estudos técnicos, com a contagem de fluxo diário existente, para saber se o valor arrecadado com pedágios cobriria os custos para duplicar toda a extensão ou parte das rodovias. E foi isso que o ministério deu a entender no final da tarde de quinta-feira, de que ainda não pode responder se poderá haver ou não duplicação.

Se os motoristas pagarem pedágio nas BRs-392 e 158 ao menos com a garantia de que serão duplicadas, será um grande avanço, pois reduzirá tempo de viagens e acidentes com mortos e feridos. Claro que o custo de pedágios será bem alto, possivelmente. Mas se for para pagar pedágio só para manter as rodovias em boas condições, o ganho existirá, mas será bem menor.

Atualmente, obras de manutenção até têm sido feitas, mas devido à escassez de verbas, muitos trechos dessas rodovias ficam em condições bem ruins, até porque os reparos não duram muito tempo devido ao grande fluxo de carretas na safra. E há casos de excesso de peso. Por isso, será fundamental instalar balanças de pesagem no trecho. Outro problema é a falta de terceiras faixas para ultrapassagens de carretas e veículos lentos, o que aumenta muito o risco de acidentes e atrasa viagens, gerando maior custo.

Fonte: Diário de Santa Maria